Os fundos de investimento em obras de arte existem há muito tempo. Em 1904, o colecionador e empresário André Level fundou um grupo com 12 investidores, cada um aportando 212 francos, para aquisição de obras de arte moderna. Ele intitulou o fundo de “La Peau de l’Ours”, extraído de um provérbio francês que em português equivale a “não conte com os ovos antes da galinha”. Assim, entre 1904 e 1914 foram compradas obras de artistas como Matisse, Braque e Picasso, cujas orientações não seguiam gosto pessoal, mas sim o potencial de rentabilidade. Em 1914, 10 anos depois da primeira compra, as obras foram leiloadas com um lucro de 300% e a notícia espalhou-se. Isso conferiu às obras de arte o caráter de um ativo legítimo para investimentos de longo prazo, do qual ela disfruta até hoje.
Já no final dos anos 1970, o Citibank criou o seu primeiro fundo de investimentos e hoje estes produtos do banco são conduzidos por equipes de profissionais com experiência na organização de coleções,
como curadores e historiadores da arte, e não só por economistas.
Seguindo agora para Nova Iorque, a cidade sediou, há dois anos, o primeiro encontro de fundos de investimento em arte, reunindo representantes de mais de 70 instituições financeiras de diversos países. Ou seja, a ideia atualmente já está consolidada e foi reproduzida em vários lugares do mundo. Aqui no Brasil, o primeiro fundo de grande repercussão foi o Brazilian Golden Art, conhecido como BGA, criado em 2011 com 580 obras de 195 artistas nacionais. Dentre esses artistas, encontramos tanto os emergentes quanto os já consagrados, contando também com 70 cotistas.
Como as apostas do investimento têm se revelado consistentemente lucrativas e com bom rendimento de capital, isso chegou em grupo de investidores de criptoativos, como os envolvidos na empresa Injective Protocol.
Em 2021, esse grupo registrou a obra “Morons”, do artista Banksy,em um arquivo de NFT, avaliado em US$ 95 mil. Contudo, após a ação de queima da obra física em uma transmissão ao vivo, deixando apenas a sua reprodução em NFT como existente, o valor final chegou a US$ 382.336,00. Quer dizer, quatro vezes mais do que o valor original da obra. O seu comprador adquiriu, então, a obra através da transação com a criptomoeda Ether (ETH).
Fonte e imagem: rede social facebook Nano Art Market.