O Grupo Lasso traz como proposta de encenação para o espetáculo “O Inspetor”, uma linguagem “metateatral”, a qual uma trupe de jovens atores decide montar um espetáculo de sucesso, trazendo dentro desta linguagem uma ação inovadora com a utilização de músicas autorais do coletivo, instrumentalização, e execução mecânica de trilhas sonoras a favor da montagem. A ideia é mesclar elementos da dramaturgia tradicional de Gógol com adaptações que irão passear pela contação de histórias, partituras corporais executadas pelos artistas, assim como a ressignificação de objetos na criação das ambientações, cenários, figurinos e elementos cênicos, trazendo referências do cancioneiro e da cultura popular brasileira.
A vontade é de utilizar recursos sob medida, fortalecendo o imaginário
do espectador em torno da narrativa, além de tornar a proposta o mais viável
possível. Vale ressaltar, que o projeto também está em absoluta consonância com os protocolos de saúde e segurança das regras de prevenção da Covid-19, além do perfeito alinhamento com as diretrizes de acessibilidade do público e por essa razão, exclusiva, poderá ser encenado em lugares a céu aberto como ruas, praças, conchas acústicas, além das tradicionais caixas cênicas. A ideia é uma temporada inicial, que poderá ser desdobrada em outras temporadas ou em circulação com apresentações específicas em cidades próximas e/ou Festivais de Teatro e Mostras de arte cênica.
SOBRE A PEÇA:
Texto: de Nikolai Gogol
Direção e adaptação: Leandro Bertholini
Sinopse:
Como forma de satirizar os costumes e a moral da elite russa do século XIX, a trama conta que, em uma aldeia administrada por políticos corruptos e incompetentes no interior da Rússia, corre o boato de que um inspetor está para chegar. Coincidentemente, um forasteiro chega a cidade e, confundido com o esperado visitante, aproveita-se da situação. A pergunta que resta é: até quando a farsa vai durar?
Todos nós saímos do Capote de Gógol – a famosa frase de Dostoiévski, um dos maiores romancistas da história, já demonstra o papel fundamental desempenhado pela obra de Nikolai Gógol (1809-1852), no desenvolvimento da literatura russa a partir do século XIX. Humorista, dramaturgo e prosador, Gogol atraiu com a força de sua escrita a atenção da crítica e influenciou para sempre os rumos da prosa universal. Em O Inspetor Geral, peça escrita em 1836, o autor traz à tona a realidade de uma aldeia que descobre
que será alvo de uma visita inusitada. A espera de um Inspetor faz desencadear um processo em que a corrupção, a fraude, o medo e a intriga servem de matéria-prima para a construção de uma das mais corrosivas e hilariantes narrativas do período pré-revolucionário russo. O fato que revigora a trama é a chegada de um farsante que finge ser o inspetor para receber um tratamento diferenciado na pequena província. Assim, no decorrer da ação, temos sucessivos equívocos, que são apresentados e esclarecidos ao público, até o seu desfecho extraordinário. No Brasil, O Inspetor Geral tem na tradução de Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri uma das visões mais populares do conflito de Gógol, que também serviu de base para adaptação/montagem do Grupo Lasso. A partir destas traduções também lembram encenações marcantes, que se tornaram inesquecíveis frente à estética e à dinâmica em suas respectivas propostas. Podemos citar como exemplo as do Teatro de Arena em 1966 e do Grupo Galpão, sob a direção de Paulo José, e ainda a histórica montagem feita em 1974, pelo grupo carioca Asdrúbal Trouxe o Trombone. Todas servem como base e referência para um ponto de partida em uma montagem nos dias de hoje.
PRESTIGIE A ARTE BRASILEIRA!
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