Arte em Exposição

Festival de Jazz Montreux, aterriza na América Latina pela primeira vez no Rio, já trazendo o gostinho de ansiedade pela próxima edição.

Palco Tom Jobim. Fotografia, Beatriz da Matta.

Começou ontem pela primeira vez na América Latina, a primeira edição do Montreux Jazz Festival.

O Brasil exclusivamente e o Rio de Janeiro estão recebendo a primeira edição aos moldes do Festival, porém com a cara da cidade maravilhosa. Por isso, Rio Montreux Jazz Festival, que está ocupando de hoje à 09 de Junho, três palcos montados nos armazéns 2 e 3 do Pier Mauá (Zona Portuária), de frente para a baía de Guanabara, objetivando o ambiente e o visual das salas que abrigam o festival suíço em Montreux, diante do lago Leman e com vista para os Alpes.

O Festival criado na Suiça em 1967, em suas primeiras edições esteve totalmente dedicado ao jazz, recebendo um dos maiores nomes deste. A partir dàs décadas de 70 e 80, o festival tornou -se mais eclético, abrindo espaço para outros gêneros musicais, inclusive o rock. Na pequena cidade de Montreux, cede do festival, já passaram nomes como Nina Simone, Miles Davis, Marvin Gaye, Wynton Marsalis, Elvis Costello, Queen, Joe Coker, Ella Fitzgerald, James Brow, Eric Clapton, Wayne Shorter, George Clinton e tantos outros grandes nomes.

Mobgrafia, Jaqueline Stori

E para esta primeira edição no Rio, o evento conta com três palcos no Pier Mauá, nomeados em homenagem a grandes nomes da música brasileira: Ary Barroso, Tom Jobim e Villa Lobos, com capacidade para receber até 6 mil pessoas por dia. Além do Pier Mauá, o festival se estende para outros pontos da cidade levando boa música gratuita aos cariocas, também em Madureira onde está o palco Pixinguinha, com área para receber um público de até 5 mil pessoas, na Praça Nossa Senhora da Paz em Ipanema, Praça Varnhagen na Tijuca, Parque das Rosas na Barra e  Largo do Machado no Catete.

A relação do Brasil e do Rio com o Festival se deu através da aproximação do produtor musical Marcos Mazzola no ano de 1978, com o criador do Festival Claude Nobs. Esta aproximação fez com que artistas brasileiros passassem a participar das edições de Montreux. Gilberto Gil, A Cor Do Som e Ivinho foram os estreantes nos palcos do Festival, nas noites brasileiras que a partir de 78, foram e continuam se repetindo até hoje.

E esse ano o produtor Marcos Mazzola, mesmo após a morte acidental de Claude em 2013, conseguiu trazer o Festival para o Rio. Para esta primeira edição, todos os músicos convidados receberam um pedido de desenvolver um show exclusivo para o Festival.

Mobgrafia, Jaqueline Stori.

Com infra-estrutura impecável em todos os setores oferecidos ao público e aos profissionais envolvidos, a direção do evento não só conseguiu traduzir a atmosfera musical oferecida em Montreux, como também em qualquer outro festival musical de qualidade. Tudo bem organizado, higienizado e bem disposto, pronto para receber a demanda de público estimado.

A noite de ontem inaugurou no palco Ary Barroso (varanda Pier) com show do pianista Amaro Freitas, uma das maiores revelações do jazz brasileiro, que tocou ao lado do baixista Jean Elton e do baterista Hugo Medeiros. Na sequência, no palco Tom Jobim (armazém Pier), o show do Quarteto Jobim, com os músicos Daniel Jobim (voz e piano), Paulo Jobim (voz e violão), Paulo Braga (bateria) e Jacques Morelenbaum (violoncelo) e Maria Rita, em uma maravilhosa reedição do encontro de Elis Regina com Tom Jobim, no clássico LP “Elis e Tom” (1974), feita exclusivamente para o Festival.

Palco Ary Barroso em área externa do Pier.
Fotografia, Beatriz da Matta.

Saindo desse incansável repertório atemporal, voltamos novamente para o palco Ary Barroso para conferir o show do gênio do violão e da guitarra, Diego Figueiredo, com sólida carreira fora do Brasil, que apresentou seu novo show “From the Classical to the Jazz”, onde o público teve a plena certeza que estava diante de um dos maiores músicos do nosso país e do mundo, a cada solo de suas cordas que nos obrigam (literalmente) a querer ouvir cada vez mais e mais… seus ritmos entorpecentes.

Diego Nogueira em palco Ary Barroso.
Fotografia Beatriz da Matta.

Após o sensacional show de Diego Figueiredo, volta-se novamente para o palco Tom Jobim, para a primeira atração internacional da noite e do Festival: Al Di Meola, que tem como característica seus fantásticos improvisos, tendo construído em sua carreira diversas pontes entre o jazz e a world music.

Encerrando a primeira noite do Festival, Steve Vai. Um dos Grãos Mestres do hard rock e do heavy metal, que já entrou no palco fazendo as estruturas tremerem e levando o público ao ápice de sua expectativa. Show que só fez atestar ainda mais o porque tem em seu vasto currículo 15 indicações ao Grammy, três estatuetas ganhas e o título de um dos maiores e melhores guitarristas de todos os tempos.

Steve Vai.
Fotografia, Beatriz da Matta.

Hoje, o Rio Montreux Jazz Festival, traz para o público grandes nomes como Yamandu Costa com participação da maravilhosa Camerata Jovem Do Rio de Janeiro , Frejat, The Stanley Clarke Band e muitos outros.

SERVIÇOS:

O Festival vai até o dia 09/06, no Pier Mauá, na Av. Rodrigues Alves – s/n°, na Zona Portuária, a partir dás 18:30h, com ingressos de R$100,00 à R$ 187,00 por show. Há promoções para clientes Claro, Mastercard e também, meia entrada para estudantes, pessoas com necessidades especiais, acompanhantes e terceira idade.

NOTA: Informações completas sobre valores de ingressos, horário e dia dos shows, em:

www.riomontreuxjazzfestival.uhuu.com

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