O termomêtro subiu após estréia e curta temporada de sucesso do espetáculo “O Inspetor” no Teatro Miguel Falabela, realizada pelo Grupo Teatral Lasso. Agora, neste final de semana chega em duas Arenas Culturais da cidade do Rio, levando humor inteligente ao público das Arenas.
O Grupo Lasso traz como proposta de encenação para o espetáculo “O Inspetor”, uma linguagem “metateatral”, a qual uma trupe de jovens atores decide montar um espetáculo de sucesso, trazendo dentro desta linguagem uma ação inovadora com a utilização de músicas autorais do coletivo, instrumentalização, e execução mecânica de trilhas sonoras a favor da montagem. A ideia é mesclar elementos da dramaturgia tradicional de Gógol com adaptações que irão passear pela contação de histórias, partituras corporais executadas pelos artistas, assim como a ressignificação de objetos na criação das ambientações, cenários, figurinos e elementos cênicos, trazendo referências do cancioneiro e da cultura popular brasileira.
A vontade é de utilizar recursos sob medida, fortalecendo o imaginário
do espectador em torno da narrativa, além de tornar a proposta o mais viável
possível. Vale ressaltar, que o projeto também está em absoluta consonância com os protocolos de saúde e segurança das regras de prevenção da Covid-19, além do perfeito alinhamento com as diretrizes de acessibilidade do público e por essa razão, exclusiva, poderá ser encenado em lugares a céu aberto como ruas, praças, conchas acústicas, além das tradicionais caixas cênicas. A ideia é uma temporada inicial, que poderá ser desdobrada em outras temporadas ou em circulação com apresentações específicas em cidades próximas e/ou Festivais de Teatro e Mostras de arte cênica.
SOBRE A PEÇA:
Texto: de Nikolai Gogol
Direção e adaptação: Leandro Bertholini
Sinopse:
Como forma de satirizar os costumes e a moral da elite russa do século XIX, a trama conta que, em uma aldeia administrada por políticos corruptos e incompetentes no interior da Rússia, corre o boato de que um inspetor está para chegar. Coincidentemente, um forasteiro chega a cidade e, confundido com o esperado visitante, aproveita-se da situação. A pergunta que resta é: até quando a farsa vai durar?
Todos nós saímos do Capote de Gógol – a famosa frase de Dostoiévski, um dos maiores romancistas da história, já demonstra o papel fundamental desempenhado pela obra de Nikolai Gógol (1809-1852), no desenvolvimento da literatura russa a partir do século XIX. Humorista, dramaturgo e prosador, Gogol atraiu com a força de sua escrita a atenção da crítica e influenciou para sempre os rumos da prosa universal. Em O Inspetor Geral, peça escrita em 1836, o autor traz à tona a realidade de uma aldeia que descobre
que será alvo de uma visita inusitada. A espera de um Inspetor faz desencadear um processo em que a corrupção, a fraude, o medo e a intriga servem de matéria-prima para a construção de uma das mais corrosivas e hilariantes narrativas do período pré-revolucionário russo. O fato que revigora a trama é a chegada de um farsante que finge ser o inspetor para receber um tratamento diferenciado na pequena província. Assim, no decorrer da ação, temos sucessivos equívocos, que são apresentados e esclarecidos ao público, até o seu desfecho extraordinário. No Brasil, O Inspetor Geral tem na tradução de Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri uma das visões mais populares do conflito de Gógol, que também serviu de base para adaptação/montagem do Grupo Lasso. A partir destas traduções também lembram encenações marcantes, que se tornaram inesquecíveis frente à estética e à dinâmica em suas respectivas propostas. Podemos citar como exemplo as do Teatro de Arena em 1966 e do Grupo Galpão, sob a direção de Paulo José, e ainda a histórica montagem feita em 1974, pelo grupo carioca Asdrúbal Trouxe o Trombone. Todas servem como base e referência para um ponto de partida em uma montagem nos dias de hoje.
PRESTIGIE A ARTE BRASILEIRA!