Arte em Exposição

O Pequeno grande mundo de Flávio Papi, inaugura hoje no Centro Cultural Correios, no Rio.

Maquete Teatro Mandala, do artista Flávio Papi. Imagem/Divulgação

Por Redação – 10/02/2023

 

Retrospectiva de mais de 60 anos de carreira de Papi, reúne pinturas, esculturas, desenhos e maquetes

“O Pequeno Grande Mundo de Flavio Papi” começou a ser construído muito cedo, ainda na infância, quando já produzia maquetes e mini esculturas. Aos seis anos de idade, começou a desenhar com Augusto Rodrigues, na “Escolinha de Artes do Brasil”, e logo em seguida com Ivan Serpa, no MAM, dos 7 aos 12 anos. Seu know-how em arquitetura, já que além de artista plástico e maquetista é também arquiteto, favoreceu bastante seus projetos em menor escala; hoje, Flavio Papi é considerado o maior maquetista brasileiro, elencando uma extensa e respeitável lista de trabalhos para publicidade, cinema e televisão (TV Globo, a extinta Manchete e Record).

No dia 9 de fevereiro, “O Pequeno Grande Mundo de Flavio Papi”, faz uma retrospectiva sobre sua trajetória de mais de 60 anos -, reunindo desenhos, pinturas, esculturas e maquetes, sob curadoria de Dinah Guimarães, no Centro Cultural Correios RJ.

Entre as maquetes mais curiosas, estão a do “Teatro” da novela Mandala (TV Globo), a do “Banheiro”, criada para o clipe do grupo “Paralamas do Sucesso”, dirigido por Andrucha Wadington e vencedor na MTV Awards Brasil, em 96. São destaques também na exposição a maquete oficial da Rio 2016 e a recente série “Floresta” (bastante oportuna no momento atual de devastação da Amazônia), criada para uma peça publicitária sobre o Dia do Meio Ambiente. Além de antigas mini esculturas, também farão parte desta mostra esculturas recentes com a temática ecológica, a destruição e o renascimento do planeta, assim como temas ligados à violência humana; o trabalho para o longa “Outras estórias”, de Pedro Bial, e “Lili Carabina”, do cineasta Lui Farias. Maquetes usadas em clipes para bandas de rock e shows musicais para o programa “Fantástico” com artistas como Djavan, Martinho da Vila, Zizi Possi, Angela Maria, entre outras estrelas e para programa “Trapalhões” também estarão expostos.

A exposição segundo a curadora, Dinah Guimaraens (Professora Associada PPGAU/UFF)

Será a arte capaz de transportar imaginariamente o espectador para um universo paralelo? A obra de Flávio Papi se insere, inegavelmente, em uma criatividade transcendental, que logra decodificar informações novas ao introduzir elementos estranhos (“ruídos”) em dados cotidianos. É aqui possível perceber uma distinção capital entre “arte formalizada” (arte criada pelos artistas) e “arte em estado bruto” (capacidade humana de fruir esteticamente objetos ou fenômenos naturais como crepúsculos)? A atual retrospectiva revela artefatos ecléticos, que mesclam valores artesanais da arte do passado com uma ruptura estética radical. Peças artísticas criadas a partir de maquetes com técnica mista (madeira, mdf, acrílico, plastique, papel, arame, pvc, plástico, poliuretano, resina, gesso, pintura acrílica ou automotiva) simbolizam obras intuitivas, espontâneas, sem projeto prévio. Fugindo da premissa ingênua de obras cuja facilidade se disfarça sob a ideia do difícil, a exposição revela desenhos, pinturas, esculturas e maquetes produzidos desde a infância do artista até a atualidade, em mais de 60 anos de trabalho ininterrupto. Começou Flávio Papi a desenhar com Augusto Rodrigues na Escolinha de Artes do Brasil e, em seguida, com Ivan Serpa no MAM-Rio. Maquetes, mini esculturas e desenhos originais dos anos 1960 constam da exposição, ao lado de esculturas recentes com temática ecológica, destruição e renascimento do planeta, assim como temas ligados à violência humana. Sua mão artística, em um gesto surrealista, expressa a criação/destruição humana do planeta e a esperança de retomada do bem comum verde, com a presença maciça de uma ecologia que possa nos redimir nesse terrível momento de crise ambiental brasileira na Amazônia. Enfatizam-se maquetes para publicidade, cinema e televisão, como aquelas feitas para novelas: “TEATRO”, da novela MANDALA, ao lado de obras para a TV GLOBO, Record e a extinta Manchete, além de filmes como “Outras estórias”, de Pedro Bial e “Lili Carabina”, de Lui Farias. Juntam-se maquetes usadas em vídeo clipes para bandas de rock e shows musicais para o programa “FANTÁSTICO”, com artistas como Djavan, Martinho da Vila, Zizi Possi, Ângela Maria e o programa dos “TRAPALHÕES”. Destaca-se a maquete do “BANHEIRO” para o grupo “PARALAMAS DO SUCESSO”, vencedor do melhor vídeo clipe do ano (1996) na MTV Awards Brasil e dirigido por Andrucha Waddington.

Derivando de uma família de artistas plásticos como Luiz Alphonsus e Domingos Guimaraens, foi sua obra influenciada pela poesia de Alphonsus de Guimaraens Filho, Afonso Henriques Neto e Augusto de Guimaraens Cavalcanti, devendo sua estética de connoisseurship à exímia modista Sônia Papi, sua mãe, ao bom gosto e escritos da tia Hymirene Papi de Guimaraens, às esculturas e poemas do tio Luiz Papi e ao apoio imprescindível do irmão Pedro Papi. Trata-se de ter olho e gosto, pois o bom gosto é um juiz intemporal perante o qual as obras comparecem, à espera de julgamento…

SERVIÇO:

Abertura: 09/02/23 às 16:00h, até o dia 02/04/2023

Terça-feira, Quarta-feira, Quinta-feira, Sexta-feira, Sábado das 12:00h às 19:00h

Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro – RJ

 

 

 

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