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NONADA, uma galeria, dois espaços, um conceito, dois endereços, uma missão

Obra do artista visual Miguel Afa

Por Redação – 23/11/22

 

A cidade do Rio de Janeiro recebeu de presente, no dia 19 de novembro, a NONADA. Resultado do encontro de quatro empreendedores que sonham, duas galerias de arte abrem as portas simultaneamente em espaços individuais e locais distintos. João Paulo Balsini, Ludwig Danielian, Luiz Danielian e Paulo Azeco, com longa vivencia em segmentos culturais distintos, uniram seu conhecimento e força para tornar essa realidade possível. Na NONADA, a cultura e o pensamento que possibilita crescimento e questionamento, as vezes até críticas, as portas estarão abertas tanto na Zona Norte – Penha, como na Zona Sul – Copacabana.

A Galeria

NONADA, um neologismo que remete ao não lugar e a não existência, também abre ‘Grande Sertão: Veredas’, de Guimarães Rosa e a união desses conceitos represente o pensamento basilar desse projeto. Como o próprio significado de NONADA diz, ela surge com o intuito de suprir lacunas momentâneas ou permanentes acerca de um novo conceito. A galeria, inclusiva e não sectária, enquanto agente promotor de encontros e descobertas com anseio pela experimentação, ilustra possibilidades de distanciar-se de rótulos enquanto amplia diálogos.

“NONADA é um híbrido que pesquisa, acolhe, expõe e dialoga. Deixa de ser nada e passa a ser essência por acreditar que o mundo precisa de arte… e arte por si só já é lugar”, definem João Paulo, Ludwig, Luiz e Paulo.

A NONADA mostrou-se necessária após a constatação pelos seus criadores, pela imensa quantidade de trabalhos de boa qualidade de artistas estranhos aos circuitos formais e que trabalham com os temas do hoje, sem receio nem temor em abordar temas políticos, identitários, de gênero ou qualquer outro assunto que esteja na agenda do dia; que seja importante no hoje. “Queremos apresentar de forma plural novos talentos, visões e força criativa.”

O processo de maturação do projeto da NONADA foi orgânico e plural pois “abrangeu desde nossa experiência como também indicações de artistas, curadores, e de buscas onde fosse possível achar o que aguardava para ser descoberto”, diz Paulo Azeco. Ludwig Danielian acrescenta: “não queremos levantar bandeiras, rótulos, e sim valorizar a arte boa, que independe de estereótipos. Queremos ter esta proposta de galeria em Copacabana, bairro popular, e no subúrbio, na periferia do circuito de arte, para que se leve excelentes trabalhos a todos. Pretendemos promover discussões livres, contemporâneas, abertas, sem julgamentos prévios.”

As Exposições

NONADA inicia sua história falando do léxico essencial à comunicação: a palavra. Na NONADA – ZS, situada em um espaço de 70m² em Copacabana, tem-se “A Palavra: Prosa”, com 14 obras de artistas com viés conceitual de crítica e questionamentos políticos e sociais. Já a NONADA – ZN, 32 trabalhos líricos que remetem a uma certa ludicidade, exibe “A Palavra: Verso” em seu espaço de 200 m² e pé-direito amplo, na Penha.

O texto de André Vargas, acompanha as exposições que em verdade são uma mostra desdobrada em dois espaços. Em sua narrativa, ele descreve: A Palavra: Prosa  “também celebramos em convulsão a realidade, como quem não se fia em depressões e nostalgias. E, talvez, sejamos os que mais festejam as cisões da cidade no terror mais concreto de todo santo dia. É o paliativo, um antitérmico, a alegria. Apaga-se com ela uma barricada em chamas num futuro de rebeldias, mas rebela-se com ela no presente de extremo frio das agonias. Uma fuga, uma aventura, uma brisa. A grande alegoria.” E sobre A Palavra: Verso, “respondemos mal à medicação, porque não criamos a doença. Quem a criou segue imune e impune de seu caráter maligno. A crônica das classes é a sua consciência, e o sintoma mais comum é o vigor da poesia. (…) Num mundo que gira padrões, que sejamos a altera presença. Pois quando nos encantamos em um mundo desencantado, dando razão à loucura, nesse mundo desconcertado, arruinamos as bases de uma hegemonia, que ainda não sabe, mas agoniza engasgada com o próprio rabo”.

Os Artistas

Suportes dos mais distintos e variados que pode incluir pinturas, esculturas, fotografias, poesia, vídeos, instalações, performances, ou qualquer outra forma de representação criativa artística serão apresentados em 42 obras criadas por 32 artistas de procedências diversas como Rio de Janeiro, Santo André, São Paulo, Jundiai, Vitoria, Fortaleza, Salvador, Goioerê, Niterói e Odessa (Ucrânia) que discutem temas contemporâneos.

São eles: 13unituh, Agrippina, Alan Oju, Allan Pinheiro, André Barion, Andy Villela, Bruno Lyfe, Carlos Mello Carvalho, Carmem Garcia, Castiel Vitorino Brasileiro, Darks Miranda, Diambe da Silva, Emerson Freire, Fabio Menino, Gabriel Branco, Guilherme Almeida, Gustavo Magalhães, Guto Oca, Jorge Cupim, Link, Lucas Almeida, Marta Supernova, Melissa Oliveira, Miguel Afa, Pazza Pennello, Renan Aguena, Siwaju e Vika Teixeira.

SERVIÇO:

De 19/11/22 à 04/03/23

 

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