Arte em Exposição

Começa hoje a Mostra Cine Horror Bahia trazendo o melhor do horror nacional e internacional.

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Terceira edição do Cine Horror movimenta a Sala Walter da Silveira, de 19 a 27 de outubro, com programação intensa de filmes nacionais e internacionais e homenagens aos 200 anos de Frankenstein.

Com perfil ainda mais diversificado, reunindo obras em vários formatos e metragens, que vão do gore ao terror psicológico, passando pelo thriller e o trash; a Mostra de Cinema Cine Horror está de volta em versão expandida.  Entre os dias 19 e 27 de outubro, o público baiano vai ter à disposição uma seleção de curtas e longas metragens em sessões gratuitas na Sala de Cinema Walter da Silveira (Barris).

Para a programação de 2018, haverá, assim como na edição de 2017, uma intensa mostra de filmes nacionais e internacionais, com a exibição de 72 produções, entre longas metragens e curtas, divididos em cinco dias de exibições (confira a programação completa abaixo), debates e bate-papo com o público, e um dia dedicado a homenagear o bicentenário da publicação do livro “Frankenstein”. O monstro de Frankenstein é um personagem fictício que apareceu pela primeira vez em 1818 no romance “Frankenstein or, The Modern Prometheus” da escritora Mary Shelley. A homenagem está programada para o dia 21 de outubro de 2018, um domingo, e na ocasião serão exibidos os filmes “Frankenstein” (1931) e “A Noiva de Frankenstein” (1935), ambos dirigidos por James Whale.

Equipe e amigos Cine Horror.

Entre os destaques, teremos a estreia do novo longa metragem do diretor Rodrigo Aragão, “A Mata Negra”, que vem sendo ovacionado em festivais e angariando prêmios, e “Trauma” (Chile), de Lucio A. Rojas. Na área dos curtas-metragens, o Festival traz mais uma vez a produção lusitana no gênero, além de filmes oriundos do México e Espanha, com obras dos diretores Francisco Lacerda, Pablo S. Pastor, Hugo Pinto, José Luis Anaya, Paulo A. M. Oliveira e Pablo Marini. Marcando presença novamente, no segmento Brasil teremos os diretores Luciano Azevedo, Joel Caetano e Lula Magalhães. O Nordeste traz como representantes os diretores Julio Castro e Vlamir Cruz (CE), Marcelo Trigo (PE), enquanto a Bahia mostra os trabalhos dos diretores Rodrigo Luna, Carlos Faria, Hilda Lopes Pontes e Calebe Lopes. Também serão exibidos os trabalhos das diretoras Mariana Jaspe e Larissa Anzoategui, e dos diretores Leonardo Medeiros, Edem Ortegal, Felipe Iesbick, Armando Fonseca e Raphael Borghi.

Mas, como e quem tomou a iniciativa de montar uma Mostra voltada para o gênero horror (pouco apreciado em relação aos outros gêneros), e corajosamente fora do eixo Rio de Janeiro – São Paulo que são as cidades que atraem um maior número de público para as salas de cinema?

A coragem e a iniciativa vieram por parte do Curador e também criador da Mostra Val Duarte, que em entrevista a Viva Cultura nos revelou que tudo começou por sugestão de uma amiga que chamou sua atenção pela ausência deste gênero em Festivais e Mostras de cinema, na cidade de Salvador. Val Oliveira então resolveu comprar a idéia sugerida pela amiga: arregaçou as mangas e partiu para o trabalho. Fui entrando em contato com pessoas através das redes sociais, fazendo contatos com amigos e conhecidos, e acabei conseguindo juntar material suficiente para realizar uma Mostra. No ano de 2016, realizamos a 1° Edição do Cine Horror e vimos que mesmo mediante dificuldades econômicas, espaço para exibição, modesta divulgação e outros fatores que atingem a produção de muitos eventos, existe sim, um público que gosta deste gênero, que vão às exibições, se interessam em saber mais sobre as produções de horror e curtem assistir na sala de cinema, afirmou Val Oliveira.

O curador Val Duarte.

A 2° edição realizada em 2017, foi aberta também ao gênero suspense e ficção científica, porém, o foco maior é o horror. O curador sentiu que nesta edição houve um maior número de público que no ano anterior e espera que este ano seja mais ainda, já que a Mostra 2018 conta também com mesas de debates após algumas seções.

Em relação ao mercado para o gênero comercial, Val Oliveira disse que infelizmente o gênero horror, ainda sofre um pouco de discriminação por parte de algumas empresas patrocinadoras e apoiadoras. Quando vamos tentar captar recursos percebemos a negativa das empresas em querer associar sua Marca ao gênero horror, apresentando resistência em relações aos outros gêneros. É como se isto fosse trazer um impacto negativo à nível de mercado e de público para elas. Além disso, atualmente, o horror está estigmatizado como um gênero menor no conceito de muitas pessoas. Infelizmente, eu vejo que hoje em dia o horror já ficou generalizado como um gênero ruim, por parte da maioria das pessoas. Me recordo que na década de 80 principalmente, as salas de cinema ficavam cheias para as produções de horror. Filmes como Fred Kruger, O Exorcista, A Hora do Pesadelo, Sexta Feira 13 e tantos outros excelentes, não só enchiam as salas de cinema, como também ganhavam espaço na mídia e conseguiam recursos para serem realizados, lembra Val Oliveira.

Aqui no Brasil, tivemos Mojica Marins, nosso maior expoente do gênero que também alcançou grande público, mídia e fãs do horror. Hoje, no Brasil temos excelentes diretores de horror, de suspense de ficção cientifica como Luam Magalhães, Rodrigo Aragão, João Caetano… No Nordeste temos Petros Cariri, Marcelo Trigo (inclusive esses vem se sobressaindo muito com a ficção cientifica e o suspense), que realizam filmes de uma qualidade a nível de diversas produções internacionais que conseguem mais recursos que nossos diretores. São fotografias, narrativas, qualidades técnicas excelentes. É uma pena que este gênero não tenha mais espaço no circuito comercial e na mídia. Mas, estamos avançando e muito, mesmo diante de dificuldades, afirma Val Oliveira.

José Mojica Marins conhecido como Zé do Caixão, o maior expoente do genêro horror nacional.

Sobre o sucesso do Cine Horror, o curador disse que está sendo muito gratificante apesar de não contar com nenhum recurso financeiro por parte de empresas. Temos muitos apoiadores independentes e parceiros, que contribuem da forma que podem para colocar a Mostra no circuito cinematográfico. Todos apóiam o projeto: a imprensa local que a cada edição vem nos dando destaque cada vez maior, o público que vem crescendo e espalhando em suas redes sociais não só o Cine Horror, como também comentários sobre os filmes, fazem elogios, recomendam para outras pessoas etc. Temos um site bem bacana e muito organizado que possibilita a interação do público e dos parceiros e apoiadores na qualidade de nossas resenhas, somos convidados a fazer sala de imprensa, passamos a ser vistos por outros diretores do gênero e isso nos abriu um leque de trocas culturais muito importantes. Por conta disso, este ano temos mais filmes de diretores baianos que no ano passado. Além do contato com diretores de outros países, que nos proporciona um intercambio cultural muito forte e sólido. Os diretores internacionais adoram saber que estão participando da Mostra, aqui no Brasil.

Fora a Mostra, realizamos mensalmente duas seções apresentando clássicos do gênero e falando sobre suas importâncias para as épocas e para o cinema em geral. Isso estimula muito o público a apreciar o horror e a adquirir conhecimento sobre o gênero. Não ganhamos dinheiro, mas ganhamos vários retornos culturais que nos deixam muito gratificados e que nos dão combustível para continuarmos a realizar o Cine Horror com mais garra e paixão a cada ano, termina Val Oliveira.

Equipe Cine Horror: Ana, Val Duarte (ao meio) e Saul

Viva Cultura: Val Oliveira, muito obrigada pela entrevista e pela iniciativa em implementar na Bahia uma Mostra dedicada ao gênero horror que infelizmente ainda é pouco difundido no país. Esperamos que se espalhe por todo Brasil, pois o Cine Horror já é referência nacional e sucesso!!

Val Oliveira: obrigada a Viva Cultura pela entrevista e por ser um veículo de divulgação e difusão de nossa arte e cultura.

NOTA:

O III Cine Horror é uma realização da Pig Arts, em conjunto com o Gore Bahia e conta com o apoio da Diretoria de Audiovisual, da Fundação Cultural da Bahia (DIMAS/FUNCEB).

A III Mostra de Cinema Cine Horror conta com o apoio de:

Alemto & Dom Alberti; Avec Editora; Editora Estronho; Canal Fora da Sala; RV Cultura e Arte; Pri Personalizados; Open Box Geek; Cenobita Horror Silk; O Recife Assombrado; DarkSide Books; Rádio RockFreeday;  Visuarea; Reidjou; Boca do Inferno e Heko Digital.

Sala de Imprensa com o curador Val Oliveira.

SERVIÇOS:

**O evento, assim como nas edições anteriores, terá entrada gratuita.

**As sessões têm classificação indicativa de 16 anos, entrada gratuita e sujeita a lotação das salas.

*** Tudo sobre o Festival Cine Horror em:

www.cinehorror.com.br
Facebook: /CineHorrorBA
Instagram: @cine.horror.festival
Twitter: @CineHorrorFest

www.dimas.ba.gov.br/ (71) 3116-8124

Contato: cinehorrorfestival@gmail.com

PROGRAMAÇÃO

III Mostra de Cinema Cine Horror – Mostra de Cinema de Fantástico.

O evento está programado para ser realizado nos dias 19, 20, 21, 26 e 27 de outubro de 2018, com sessões iniciando às 14 horas e encerrando às 21 horas na Sala de cinema Walter da Silveira na Biblioteca do Estado da Bahia, Barris.

Entrada Gratuita.

SEXTA-FEIRA 19/10

14h30

Casa 996
Túnel do Carpo
Desaparecidas
Danny

Elisa Esteve Aqui

Deuteronômio 22
Inhumane I

Vinil
A Janela da Outra
Insanium (Portugal/UK)

17h:
Coxinha
A Última Cerveja
Por Conta da Casa
Astaroth
19h:
A Mata Negra

Exibição de filmes.

SÁBADO 20/10

14h:

Asas de um Anjo Soltas pelo Chão
Calipso (Portugal)
Programação Normal
Mal Passado
O Quadro (Portugal)

Filho da Lua
Deep Dark

Esperando Magrão

16h30:
Carne
Inside

Scratches
Arremate
A Triste Figura
Estela
Zornit

O Pequeno Baú
Casulos

Teaser Recife Assombrado

18h30:
Debate com diretores

DOMINGO 21/10
15h:
Médico de Monstro Frankenstein

17h:
Moulage

A Noiva de Frankenstein

SEXTA-FEIRA 26/10
14h30:

Mar de Monstro
Vilarejo Libertino
Pele de Monstro
Observadores de Saci
Último Toque

17h:
Em Torno do Sol
O Coração Revelador (Portugal)

Kairos
30’
Ele Foge
Released from Love
Abrazos (México)
Cana
O Matador de Bagé
Lilith

19h:
A Rua das Casas Surdas

Trauma (Chile)

SÁBADO 27/10
14h:
Catrina
Cinco Cálices
Damián (México)
A Boneca (Portugal)
Espelho Meu (Portugal)
Entre Pernas

Abismo
Casa Cheia
Bye Bye Baby (Espanha)

16h30:
Into the Mud (Espanha)
Rainha
Dor
Cão Maior
A Última Cova
Superpina
A Estranha Casa na Bruma (Portugal)

19h:

Freelancer (Portugal)
Malvineitor (Argentina)

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