Por Redação – 23/06/2023
A Casa da Cultura de Paraty, o principal centro cultural da cidade histórica fluminense, inaugura, em 23 de junho, sexta-feira, a exposição “Para uma história cultural de Paraty: 1945-2019″. A mostra de longa duração, aberta à visitação até 31 de março de 2024, apresenta uma visão abrangente e envolvente da cidade, destacando suas transformações ao longo de oito décadas do período de seu isolamento geográfico e quase esquecimento para a “redescoberta” como um patrimônio histórico, cultural e natural.
O recorte temporal escolhido privilegia o momento ainda recente, mas pouco estudado ou conhecido da história de Paraty. As datas contemplam dois marcos históricos: 1945, ano em que a cidade tornou-se Monumento Estadual, e 2019, quando recebeu o reconhecimento de Patrimônio Mundial da Unesco. “O acervo traz uma abordagem diacrônica, a partir da percepção da necessidade de se rever e retomar a construção de uma historiografia de Paraty e ir ao encontro dos princípios de interpretação da cidade como Patrimônio da Unesco”, diz Cristina Maseda, Superintendente Executiva da Casa da Cultura.
A exposição celebra a história e a identidade de Paraty, a partir de uma perspectiva única sobre as transformações que a cidade vivenciou do final da Segunda Guerra Mundial ao século 21. Lembrando que, até 1970, Paraty esteve praticamente isolada do resto do país, sem ligação rodoviária com os grandes centros, acessível apenas por barcos ou uma péssima estrada na serra de Cunha.
Mesmo assim, já era um lugar frequentado por aventureiros e intelectuais. O lendário Bar do Abel, desde 1958, era uma referência para a boemia de Paraty, onde os artistas terminavam suas noites com serestas regadas a aguardentes locais. Depois, a partir de 1971, com a abertura da Rio-Santos, os atores Paulo Autran e Maria Della Costa fundaram ali suas pousadas, a Pardieiro e a Coxixo, atraindo mais gente interessante e interessada em descobrir Paraty.
Iniciou-se uma fase cultural agitada, com produções cinematográficas que culminaram, nos anos 1980, no filme “Gabriela”, interpretada pela atriz Sônia Braga. Nos anos 1990, veio uma nova crise cultural e econômica, aplacada, perto da virada do século, com o reconhecimento de Paraty como Patrimônio Mundial da Humanidade (2019), as Leis de Incentivo e a Flip (Festa Literária de Paraty), em 2003, que ajudou a manter e fomentar novos eventos e festivais.
Com curadoria de um coletivo da Casa da Cultura, patrocínio da Petrobras, e apoio da Fundação Roberto Marinho e da Prefeitura de Paraty, a exposição reúne uma coleção impressionante de fotografias, artefatos históricos e documentos que ilustram a vida cotidiana, a arquitetura, as festas locais e as mudanças sociais desse período. Há ainda entrevistas com moradores, artistas, cineastas, escritores, historiadores, que dão seus testemunhos em vídeos. Como extensão do acervo presencial, que ocupa o salão nobre, três salas e o pátio do casarão da Casa da Cultura, 21 QR Codes serão instalados em prédios do Centro Histórico, contando sua história e a ligação com outras décadas.
Assim, turistas, moradores e paratienses poderão contemplar uma narrativa cronológica de um período importante da cidade, descobrindo as raízes e os fatos marcantes que moldaram Paraty ao longo das últimas décadas. Visitar a exposição “Paraty: 1945-2019”, afinal, é uma viagem no tempo, que inspira a preservar e valorizar ainda mais esse patrimônio histórico e cultural.
SERVIÇO:
“Para uma história cultural de Paraty: 1945 – 2019”
De 23 de junho a 31 de março de 2024
Vernissage de abertura: 23 de junho, 19 horas
Casa da Cultura de Paraty
Rua Dona Geralda, 194, Paraty – RJ – CEP: 23970-000
Visitação: Terça a sábado, das 10h às 18h, Entrada gratuita
Contato: +55 (24) 99238 4737