Artistas de vários lugares do Brasil se uniram para realizar a Exposição virtual Cataploft. O site da Exposição fica disponível até 24 de fevereiro de 2022 e o acesso é gratuito. Os nove artistas de origens diversas – Fortaleza, Natal, Goiânia, Rio de Janeiro e São Paulo – estão trabalhando juntos desde março de maneira virtual.
O grupo surgiu num dos piores momentos da pandemia, no programa de acompanhamento de artistas Imersões Poéticas, idealizado pela Escola Sem Sítio. Coordenado por Tânia Queiroz, o programa teve como tutores no primeiro semestre de 2021 a curadora Pollyana Quintella e os artistas visuais CADU e Efrain Almeida. Os artistas entraram em contato com profissionais do sistema da arte, incluindo curadores e críticos de arte, que ministraram palestras, além de terem sido contemplados com leituras individuais de seus portfólios.
Ao final do curso, a curadora Pollyanna Quintella lançou a provocação: como pensar um projeto impossível de arte? Anna Beatriz Machado (RJ), Bruno Ferreira (SP), Benedito Ferreira (GO), Cássia Nunes (GO), Marcella Araujo (RJ), Lara Ovídio (RN/RJ), Mariana do Vale (RN), Luiz Sisinno (RJ) e Thadeu Dias (CE/RJ) mantiveram encontros virtuais regulares em que discutiam o processo de criação de obras inéditas que investigam a pergunta da curadora, propondo outras questões a partir de suas práticas artísticas.
O passo seguinte foi decidir abrir o trabalho para um público mais abrangente através da criação de um site, disponível em tempo integral e de acesso gratuito. A respeito do processo de criação da exposição, ocorrido durante o primeiro semestre de 2021, a artista goiana Cássia Nunes comenta que “o ambiente on-line foi determinante para que pudéssemos nos reunir e criar laços, e assim propor, em meio ao mundo em pandemia, uma mostra de trabalhos que lidam com o impossível”. A artista potiguar Lara Ovídio ressalta a importância da exposição e comenta que “é uma oportunidade de abrir o trabalho para outras pessoas e obter novas impressões e significados para nossas produções artísticas.
O artista cearense Thadeu Dias explica que a onomatopéia Cataploft é utilizada como título da exposição porque conecta os dois principais eixos de trabalho, o da autorrepresentação e o pós-utópico. Além disso, “mantém forte conexão com o design da plataforma, permeada de gifs animados que levam o público para os nove trabalhos inéditos”, acrescenta. No vídeo “Sobrenome”, a artista potiguar Mariana do Vale, então grávida de nove meses, atira os pratos que ganhou da sua avó como tentativa de romper os ciclos de violência de sua história familiar. Ainda neste eixo, Benedito Ferreira documenta o dia em que foi homenageado em sua pequena cidade natal.
O vídeo “Homenagem” busca refletir sobre as implicações de ser artista e do próprio sistema de arte. No eixo pós-utópico, o artista paulista Bruno Ferreira apresenta um empreendimento futurístico que será levantado sobre uma ilha de plástico de dimensões continentais, enquanto a artista carioca Marcella Araujo faz uma releitura de marcas conhecidas, propondo embalagens que revelam a destruição operada pelas multinacionais.
A abertura e o encerramento da exposição acontecerão em lives abertas ao público. O coletivo de artistas decidiu encerrar o site um dia antes do carnaval de 2022, como um gesto simbólico de finalizar todos os processos que viveram virtualmente durante a pandemia para finalmente pensar em outras estratégias de seguir trabalhando juntos, agora de maneira presencial.
SERVIÇO:
www.cataploft.art
De 23/11 à 24/02
Gratuito
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