Arte Visual

A Bíblia de Genesis ao Apocalipse, através das Divinas pinceladas do artista visual Carlos Araújo.

Obra do artista visual Carlos Araújo

Por Jaqueline Stori – 30/12/2020

 

Ele é sem dúvida um dos maiores artistas visuais do Brasil e do mundo. Iniciou-se nas artes visuais ainda  adolescente, com temas relacionados as mazelas sociais e foi indo até que na fase adulta, há quarenta anos atrás, recebeu um convite para desenvolver em arte Os 4 Cavaleiros do Apocalipse. A partir daí, como diz o próprio artista, a transição para uma vida dedicada à espiritualidade, o despertar divino interior e a missão que sentiu ser sua. E de fato é. Este, que é um artista espetacular, dedicou-se a pintar passagens bíblicas, caracterizando este desafiador e grandioso trabalho como “Missão em levar a palavra de Deus e os ensinamentos de Cristo, através da sua arte”. De lá pra cá, mais de 2000 pinturas em telas bidimensionais e alguns livros de arte com ilustrações de suas obras correspondentes às citações bíblicas, de Genesis ao Apocalipse. Inclusive, na primeira edição de seu livro, teve o prefácio escrito pelo ex Papa Bento XVI, onde foi lançado na Bienal de Arte Contemporânea de Florença, na Itália.

Livro de Litografias – Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse, do artista visual Carlos Araújo

Não é a toa que entre tantos acontecimentos no cenário artístico mundial, ele tenha sido o primeiro artista do mundo a ser convidado no ano de 2015, para reinaugurar  um dos maiores e mais relevantes e expressivos Monumentos Arquitetônicos da Cultura Ocidental, o Phanteon de Roma na Itália, fechado há 300 anos, com a Exposição Individual “Genesis”.

Estamos falando de Carlos Alberto Araújo Filho, nascido em 1950 em São Paulo, mais conhecido nacionalmente e internacionalmente no mundo artístico como Carlos Araújo. Apesar de ser autodidata e começar a produzir sua arte desde sua adolescência, formou-se em Engenharia Civil por influência de seu pai, porque tinha receio de não conseguir viver da arte. Todavia, Carlos Araújo, mesmo tendo estudado e se formado em engenharia, nunca exerceu a profissão, pois sua essência artística não lhe permitiu dedicar-se a outra coisa se não à arte. O receio em não conseguir viver dela, não foi empecilho para que o artista continuasse seguindo com suas criações artísticas.

Obra do artista visual Carlos Araújo.

Pintor, desenhista, escultor e litógrafo, Carlos Araújo através de sua arte singular, foi galgando seu caminho no cenário artístico e ganhando cada vez mais visibilidade, despertando o interesse e a paixão dos profissionais das artes visuais e do público em geral. No ano de 1973 participa da Exposição Coletiva “Imagens do Brasil”, em Bruxelas, e, em 1974, realiza sua primeira Exposição Individual no MASP – Museu de Arte De São Paulo. De lá pra cá sua arte ímpar, em todo cenário artístico mundial, destacou-se cada vez mais. E não poderia ser menos que isso, realmente.

Até o mais leigo quando se depara com alguma obra do artista, não fica sem resposta e nem sem pergunta. E para todos em geral, independente de sua crença, religião, raça, cultura, classe social e nível de conhecimento, há várias respostas de acordo com a individualidade de cada um e várias perguntas. Porém, uma única pergunta é inerente à todos: como não se deslumbrar diante da magnitude de sua obra? Até os que afirmam resistência em contemplar uma obra de arte, e se deixar envolver por ela, se rendem a obra desse grandioso artista.

Obra do artista visual Carlos Araújo

A arte de Carlos Araújo surge da imersão que ele faz com o que sente do EU SOU, que habita em todos nós. Talvez seja esse um dos grandes motivos pelo qual ele consiga depositar em suas obras a plenitude do Divino, mesmo quando não conseguimos entende-la através de seus traços, mas conseguimos senti-la porque ele transforma em realidade as mensagens bíblicas, no seu amor, no seu contexto voltado à paz. Uma harmonia em suas obras em um mundo que é só dele, mas que também ele consegue transmitir a todos.

É cristalina nas obras do artista a influência da arte Renascentista. Uma influência caracterizada através de suas abstratas pinceladas, como as dos grandes Mestres da época, e como grande Mestre que é. A respeito dessa forte influência, e sua predileção pelos elementos e conceitos desta arte, Carlos Araújo explicou: Renascer tem um significado maior que sua etimologia. Jesus nos indica a necessidade de renascermos da água e do Espírito (João 3). É uma premissa necessária para que os olhos se abram à Eternidade proposta ao homem, a morte da morte. Os artistas renascentistas indicaram naquela época a importância desta premissa e foram seguidos de muitos outros durante estes séculos, independente da técnica ou forma de passar esta mensagem.

Obra A SANTA CEIA, do artista visual Carlos Araújo

Para cumprir parte de sua missão através de sua arte, o artista com o propósito de transmitir a mensagem Divina, faz uso de telas bidimensionais, com camadas brutais de tinta que chegam ao resultado de delicadas silhuetas. Obras de estética sofisticada acompanhada de elementos conceituais sacros, seus quadros são como uma cortina de fumaça, onde vemos sombras de aparência anônima. Pelo juízo e contexto de seu trabalho, sabemos que suas obras são compostas de anjos, demônios e outros personagens bíblicos, onde contornos e formas são apresentados em formas espectrais de silhuetas delicadas evidenciando mais as mãos, os pés e o formato de rostos que se completam na imaginação do expectador, assim como todo o restante das pinturas de seus quadros. Quando perguntado sobre estes espectros estarem relacionados ao seu gosto pessoal na construção de suas obras, ou se os mesmos eram oriundos de sua intuição, Carlos Araújo respondeu: Hoje, vemos através de espelhos e algum dia veremos face a face. Veremos da mesma forma que somos vistos. (1 Coríntios 13:12). Talvez aí, estas imagens “inacabadas”, sinalizem a finalização da obra e sejam justificadas.

E, em relação a evidência de mãos, pés e rostos, e as outras formas completarem-se na imaginação do expectador, é porque meu processo conceptivo para realizar o melhor possível `a transmissão para meu próximo daquilo que comigo ocorre, se finaliza nos rostos, nas expressões faciais e nas mãos. Creio aí, ter atingido o máximo dentro dos meus limites, daquilo que tento transmitir, explicou ele.

Obra do artista visual Carlos Araújo,

Outra latente característica nas obras de Carlos Araújo é a freqüente permanência das cores azul, preto, bistre e verde em diferentes tonalidades. Segundo o artista, a escolha desta paleta tem uma ligação intrínseca com o conceito e o tema de suas obras: Estamos na terra e o céu é azul e nos rodeia. Neste percurso de tempo, espaço e espírito, decrescem as cores até os tons “terra”. O arco-íris nos dá uma visão da situação do homem enquanto na terra, explicou.

Todo conjunto de sua obra em particular, não transmite somente o VERBO e suas Realizações. É uma tradução artística do que existe de maior e de mais poderoso e sagrado em todo o universo, que é o próprio Deus e suas criações e criaturas.  Mensagens traduzidas em arte por um grande Mestre e humilde servo do Criador que dedica sua vida à serviço da luz, Carlos Araújo mesmo quando pinta o lado sombrio da bíblia não sente a presença desta densa energia, como sente a presença do divino. Ele disse que no campo energético da luz percebemos que o obscuro quando iluminado, tende a se afastar em uma narrativa que sobrepõe qualquer tipo de interferência: Nós todos participamos das batalhas espirituais como cordeiros que têm como Pastor Nosso Senhor Jesus Cristo que nos defende, e sem Ele nada podemos. Cabe a nós no livre arbítrio que nos foi dado através de Adão, decidirmos agarrar as mãos de Jesus através da Fé, e com Ele guiados temos a dádiva de retornar à Casa do Pai. Depende de nós! A situação de encarar os opostos está presente em todos os dias de nossa vida, afirmou ele.

Obra do artista visual Carlos Araújo,

Cristo, Maria, Apóstolos, Adão, Eva, Anjos e demônios dentro de uma representatividade abstrata artística que evocam as clássicas aquarelas renascentistas quanto ao espírito romântico crepuscular deste grandioso artista. A magnitude de suas obras de fato não poderia estar somente em um único lugar. E por isso, estas obras, alcançam várias partes do mundo. O artista já teve sua obras expostas individualmente em grandes Museus brasileiros como o MASP, FAAP, MuBE, Casa França Brasil entre tantos outros. Internacionalmente, nada mais nada menos que o Pantheon de Roma como falamos no início, e na Basílica Papal de São Paulo, também em Roma.

Exposição do artista visual Carlos Araújo, no MASP ano de 1979


Exposição Individual do artista visual Carlos Araújo, no Pantheon de Roma, em 2015

Mais do que obras de arte sacras, a obra de Carlos Araújo é um deslumbre aos olhos da alma! Podemos dizer que são peças soltas no percurso da busca pela FÉ e da evolução. Peças essas que ao juntarmos durante este percurso, ao final dele, finalmente o pleno encontro com o sagrado, nossa única fonte de alimento! Uma arte que tem o poder de penetrar no mais profundo do ser humano e de falar com ele! Tem poder de trazer sensações e emoções que despertam o sentido da renovação! Tem a força de reerguer sonhos e esperanças que por algum motivo foi desmotivado e afastado de nós. Uma arte que celebra a vida, o amor, a paz e o poder do VERBO da Criação! A gratidão é explícita em cada traço, em cada cor, em cada menção às mensagens Divinas e ao Mundo Celestial que toma conta de nós, vibrando por nós e lutando contra as potestades. E nesta luta da luz contra as sombras, é nítida a vitória do Criador no universo magnânimo das obras desse espetacular artista, um missionário da FÉ.

Se fossemos cantar a arte de Carlos Araújo, certamente a música Anjos, da ex Banda O Rappa, seria a mais próxima. Frases e trechos como: “ Te mostro um trecho, uma palavra de um livro antigo pra te provar que a vida é linda, dura, sofrida, carente em qualquer continente, mas boa de se viver em qualquer lugar”; “Podem até gritar, podem até barulho então fazer, ninguém vai te escutar se não tem FÉ…”; …”só que você sai em desvantagem se você não tem FÉ”… e, “Pra quem tem FÉ a vida nunca tem fim”, traduzem o sentido da importância e da vitalidade do poder da FÉ em todos os aspectos de nossas vidas.

O artista visual Carlos Araújo.

E é com a palavra FÉ e seu significado por Carlos Araújo, que terminamos esta matéria que é uma homenagem aos completos 40 anos que este grandioso artista deu início a esta saga bíblica e a sua missão através de seus pincéis, em espalhar a palavra do Criador Universal, com fluidez, delicadeza, beleza e singela nobreza, nos deixando um legado não só artístico material e imaterial, mas também um exemplo extraordinário de que mesmo em um mundo onde muitos ainda se encontram aprisionados pelas sombras, é possível viver distante dela respaldados e alicerçados pela Luz conforme nossa afinidade com estas energias:

“ Considero a FÉ como TUDO! Sem ela, nada podemos. É a linha de Luz que nos une ao Criador, ao Universo. Temos que a cada dia reforçar esta ligação luminosa para que estejamos aptos a exercer aqui, aquilo que nos foi proposto através dos Dons do Espírito. Me lembro de um sermão em que o padre comentava a narrativa de Pedro caminhando sobre as águas. O convite tinha sido feito por Jesus, falando: “Vem! Não tenhais medo”. Cabia agora a Pedro, através da FÉ, percorrer aquele caminho. Todos nós somos convidados a este caminho. Reforçando a nossa FÉ, alimentando-a e exercitando-a no Senhor. Agarrando em suas mãos podemos viver momentos indescritíveis de Luz ao conseguirmos estar átimos de milímetros mais próximos ao Criador, retornando a ele”.

Obra do artista visual Carlos Araújo.

Viva Cultura!: Carlos, muito obrigada em conceder esta entrevista e nos permitir levar uma partícula da magnitude da sua arte aos nossos leitores e público!

Carlos Araújo: Minha gratidão por através da Viva Cultura, poder disseminar uma Boa Mensagem. Todos somos instrumentos e nada é por acaso. Gratidão também a todos os colaboradores desse trabalho sobre minha arte.

ESCLARECIMENTO:

Este ano de 2020 completou-se 40 anos que o artista Carlos Araújo, pinta passagens bíblicas, de Genesis ao Apocalipse. Por toda relevância e importância de sua arte para o mundo artístico, acadêmico e para toda a sociedade, a Viva Cultura Revista Digital fez questão de prestar esta simples homenagem a este excepcional talentoso artista e Mestre da arte visual nacional e internacional. Objetivando abrilhantar esta merecida homenagem, convidamos 3 ilustres figuras da curadoria brasileira, 3 artistas visuais e 3 expectadores, para falar sobre a arte de Carlos Araújo, a fim de expandir também o leque de interpretações para que você leitor possa ter acesso a diferentes olhares e às diversas maneiras de sentir e enxergar a presente arte aqui mostrada.

A arte de Carlos Araújo por Denise Mattar:

Carlos Araújo tem assumida relação com os artistas da Renascença, porém ela não decorre apenas das afinidades eletivas do artista, que se utiliza de recursos pictóricos como o contraste entre luz e penumbra, cores em veladuras e atmosfera densa. No meu entender essa sincronicidade deriva principalmente de sua atitude frente a realização da obra de arte, que é uma mescla de extrema dedicação ao ofício e a certeza de estar cumprindo uma missão.

Essa atitude reveste-se também da grandiosidade e da eloquência do período renascentista, quando o homem se descobre único na natureza, mas vê nisso uma característica divina. De fato, o traço que nos torna distintos dos outros animais continua a não ter uma resposta na Ciência, pois, embora os estudiosos hoje possam montar uma razoável sequência da evolução que levou ao surgimento do Homo Sapiens, eles não conseguem explicar o que aconteceu para nos tornar seres conscientes da nossa própria existência.

No início de sua carreira Carlos Araújo tratou de temas sociais, apontando os problemas da desigualdade, do sofrimento e da injustiça. Ele tateou a miséria humana em suas várias frentes, mas logo entendeu que todos esses males são uma decorrência do enredamento dos seres individuais num infindável jogo de paixões, emoções, desejos, e medos incontidos.

Em busca da essência do ser humano, o artista chegou a Deus e com Ele a um trabalho desvinculado das referências do mundo atual e sua constante exacerbação de posições políticas, econômicas, sociais, de raça, gênero, etc. Sua obra remete ao Essencialismo de Ismael Nery, que propunha despir a obra de arte de todas as referências de espaço e de tempo, para chegar à essência do ser humano – uma essência que ele também via como divina.

Na virada do século XX ser ateu tornou-se quase obrigatório para a intelectualidade. Nery sofreu rejeição por sua crença inabalável, mas seu trabalho resistiu, e nos ilumina até hoje, assim como faz a obra de Carlos Araújo – um exercício de fé, que faz a Luz emergir das sombras.

Denise Mattar, curadora.

“Denise Mattar, nascida na cidade do Rio de Janeiro, é curadora de artes plásticas, tendo em sua carreira realizado diversas Exposições de Arte de grandes e novos artistas visuais, além de dirigir diversas importantes Instituições Culturais voltadas para as artes visuais, como MAM São Paulo e MAM Rio de Janeiro e Museu da Casa Brasileira – São Paulo”.

Entre imagens e palavras, por Oscar D’ambrósio:

Muitos, seja qual for a sua religião, falam em praticar as virtudes recomendadas pela Bíblia em termos de uma melhor convivência entre os seres humanos, mas são poucos os que praticam aquilo que o poder da palavra ensina. O pintor paulistano Carlos Araujo faz isso com naturalidade.

Sua jornada plástica é um ato de devoção caracterizado por dois fatores. Há um lado quantitativo grandioso. Basta lembrar que 1.050 trabalhos de sua autoria integram a publicação Bíblia citações, com 640 páginas e 10 kg, entregue pelo governo do Estado de São Paulo ao papa Bento XVI na sua visita ao Brasil, em 2007.

Existe, no entanto, algo mais impressionante: a devoção desse artista autodidata, que recebeu o estímulo de Pietro Maria Bardi no começo da carreira, a seu projeto de trabalhar com temas que buscam levar lições de boa convivência entre os seres humanos. É uma espécie de missão divina, medieval e renascentista ao mesmo tempo. Por um lado, há algo dos artistas anônimos que pintavam igrejas para servir de referência didática para o povo analfabeto e ainda referências renascentistas no uso da pintura a óleo com sucessivas camadas e velaturas.

Progressivamente, a abstração vem ganhando espaço nas obras concebidas nessa enorme série. Não se trata do desaparecimento da figura humana, mas de uma busca pela construção de atmosferas nas quais o corpo aparece sugerido perante a grandiosidade das telas e de um todo em que o gesto e o estabelecimento de impressões e estados d’alma ganham um papel essencial.

A atmosfera é sagrada não só pelo tema escolhido, mas, acima de tudo, pela devoção ao projeto. O artista construiu uma poética marcada pela precisão técnica e pelo amor ao livro de sua vida, que, por extensão, passa a ser o livro de todos aqueles que se dispõem a percorrer as suas páginas, num exercício de prazer estético, seja qual for a fé de cada um.

Olha-se a imagem, busca-se a referência do título e mergulha-se na Palavra e no seu poder de alterar o mundo. A pintura de Carlos Araujo realiza assim sua função. Trata-se de uma Bíblia escrita com imagens, uma trajetória marcada pela sensibilidade e consciência de uma entrada de corpo inteiro num universo amplo em que o ser humano é levado a reduzir o seu ego perante a imensidade do Universo, aperfeiçoando assim a sua capacidade de ser gentil.

Curador Oscar D’ambrósio.

“Oscar D’Ambrosio (@oscardambrosioinsta) é pós-doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Mackenzie e responsável pela página www.oscardambrosio.com.br e pelo projeto @arteemtempodecoronavirus”

A Pintura de Carlos Araújo e o  firme fundamento das coisas que se esperam, por Shannon Botelho:

Em sua carta aos Hebreus, São Paulo deixa registrada na história do cristianismo uma das mais belas definições de fé. Termo relativo para esperança e fundamento de qualquer crença, a fé é apresentada na epístola como “o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem” (Hebreus 11.1). Segundo o Apóstolo, pela fé podemos entender que tudo que existe foi criado pelo Verbo, de maneira que “aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” (Hebreus 11.3). Nesta lógica, aquilo que vemos está ligado diretamente com o que acreditamos, esperamos ou cremos.  Qual seria, então, o sentido das imagens que criamos e colocamos no mundo? Quais as esperanças que depositamos nelas, sabendo que o mundo onde circularão está profundamente marcado pela descrença e pela imediaticidade das mensagens, dos stories, sticks, pop-ups, emojis? Como falar de fé, através das imagens, em uma realidade embrutecida pela autoconfiança e egoísmo? Este foi o desafio que Carlos Araújo escolheu para si.

No início da Era Moderna, ao menos cinco séculos antes de nosso tempo, a fé nas imagens era posta em questão. Epicentro de uma divisão no seio da cristandade, as imagens eram negadas pelos protestantes e defendidas pelos católicos, que reforçariam o seu papel após do Concílio de Trento (1545-63), dando início ao Barroco europeu e seu programa de persuasão (ARGAN, 1986). Entretanto, as disputas em torno das imagens não se resumiam ao contexto cristão, tampouco se iniciara com a Reforma Protestante. A Iconoclastia, como ficou conhecido o movimento em oposição às imagens, esteve presente também em outras sociedades, cujos regimes políticos, sociais e religiosos eram bastante distintos. Somente no final do século XIX, na Europa, com os simbolistas, uma tímida aproximação entre fé e imagens aconteceria outra vez. Dito isto, o que faz com que um artista na segunda metade do século XX, atravessado pelas exigências do mundo contemporâneo, se debruce não somente sobre as imagens, mas, sobretudo, a produzir imagens que traduzam esteticamente os textos sagrados do cristianismo?

Fé. Nas palavras, nas imagens e nas imagens que traduzem as palavras. Esta esperança comunicativa fez com que Carlos Araújo, se decidisse a produzir uma das mais árduas tarefas que poderia eleger como suas, a de transpor a partir de sua visão de fé e mundo, as narrativas bíblicas em imagens. Pinturas capazes de transpor a essência das mensagens sagradas, em um processo de comunicação visual, devoção ou contemplação. Na série “Bíblia – Citações”, o artista expressa visualmente a sua ideia de fé, aquilo que acredita ser positivamente transformador para o mundo que despreza toda e qualquer imagem que não gere prazer ou lucro. Na contramão das exigências, passa produzir centenas de pinturas que, sem elucidar visualmente os trechos de onde foram retirados, serenizam os sentidos de quem comtempla ao estabelecer um nexo entre a vida secular e cotidiana com o sagrado que se presentifica em cada imagem.

Diferente da utilização das imagens que retratavam os textos biblicos ao longo do tempo, quando possuíam uma função pedagógica e comunicacional para um público iletrado, ou, quando se tornaram ferramentas de uma estrutura persuasiva, as pinturas de “Bíblia – Citações” não buscam convencer ou instruir. Ao contrário, favorecem um encontro com o sagrado, criam um espaço real de contemplação onde o humano e o divino se encontram sobre a superfície da tela, de modo singularizado e múltiplo. Estas imagens, que transitam tecnicamente entre a visualidade renascentista e um simbolismo abstratizante, realizam um serviço de fé, pois possuem a capacidade de trazer para a pintura uma tarefa que é da literatura, para a pintura, aquilo que é destinado ao texto.

A fé, nas imagens e na certeza de que a mensagem sagrada não se pode ver, fez com que Carlos Araújo mergulhasse, há 40 anos, no desafio de transformar texto em mensagem visual, em expressão de esperança para quem precisa dela. Em se tratando de fé, resta-nos aguardar pela sequência do trabalho de Carlos Araújo, pois o tempo, que não para de correr e a tudo transforma, nos faz esperar esperançosamente pelo que virá.

Curador, Shannon Botelho

“Shannon Botelho é professor, curador e pesquisador”.

Carta ao pintor Carlos Araujo, por Fernando Priamo:

Ilustríssimo Carlos, diante desta imensa vontade de querer agradecer a você o que adquirimos através da sua arte, resolvi escrever esta carta para falar de coisas que não são muito explicáveis.

Sou um fotógrafo ítalo brasileiro e busco em minha arte algo que ainda não foi visto. Minha vontade em ter sido um pintor é muito grande, porém, não sou bom com os pincéis. Perante a esta frustração tento deixar o meu olhar fotográfico ao lado da pintura, com toda sua essência: cor, textura, profundidade, desconstrução e tudo aquilo que você mostra com seus pincéis.

Falar de você Carlos, Mestre, não é fácil! E eu falo para você extensivo a todos os pintores que provocam esta inquietação e que trazem consigo este DNA fortíssimo que se chama arte, que é esta centelha que acendeu na busca da perfeição, que é o que me move. E eu, como aprendiz, para falar de um Mestre, é difícil me dar por satisfeito.

Há vários anos acompanho suas obras e quando olho sua obra mestra (que é o conjunto de obras da bíblia), eu vejo que você Carlos, comunga de algo além da nossa imaginação. Além de coisas explicáveis. Nós não estamos sozinhos. Somos artistas, e todo artista é acompanhado de algo divino. Não são suas mãos que pintam: são asas de anjo. Não são minhas mãos que pegam uma câmera fotográfica: é algo além de mim. Eu nunca estou sozinho e acredito que você também não. Mas, também é difícil explicar. São coisas que não são explicáveis. Não é mesmo amigo? Perdoe-me se me refiro a você como amigo. É porque estamos presos ao mesmo prisma daquilo chamado arte. Tudo aquilo que produzimos é feito de amor e feito para a paz, e isso é o que importa.

Eu hoje venho aqui para lhe agradecer profundamente. Profundamente agradecido por suas obras. Não sei como explicar tudo isso. É difícil! Às vezes, quase impossível! Mas, eu creio que se você ler isso entenderá o que eu digo, meu amigo. Nós, vou dizer como todos os brasileiros, sentimos orgulho de você! Sentimos orgulho de todas as suas obras, porque você nos representa! Você é um pedaço de nós! E você Carlos, esta pessoa tão incrível que desde cedo iniciou na pintura com esta inquietação, trazendo esse seu DNA fortíssimo à arte. E isso quem carrega são grandes artistas! Eu digo grandes porque você é Mestre, e nos ensina a cada pincelada algo novo e carrega em seus quadros a busca da paz! Obrigado, Carlos! Obrigado! Obrigado! Obrigado! Mil vezes, obrigado! Você é uma inspiração para todos nós! Você é uma inspiração para o mundo! E você transcende todo esse mundo da arte! Obrigado!

E ainda Carlos, digo mais: seu ímpeto de nunca parar, tentando sua excelência no mais alto nível, me estimularam muito a querer chegar a essa extrema excelência em minha obra, também. Suas obras me deixam atordoado! Seus movimentos levam na minha mente uma agressividade para o trabalho novo, fazendo com que eu não consiga parar. Um dia você vai olhar as minhas fotos e vai ver que minha paleta de cores é tão vibrante e diversa como seus quadros. Estou com técnicas inovadoras na fotografia porque vi que você em seus quadros, apesar de serem pinturas, você tem técnicas inovadoras. Você sempre busca o novo. Sempre busca o melhor. Busca uma não aceitação do que já foi criado. E é isso que nos faz correr atrás dessa centelha vibrante que se chama arte! Mais uma vez mil vezes obrigado, grande Mestre e amigo!

Fotógrafo e artista visual Fernando Priamo

Fernando Priamo é fotografo ítalo-brasileiro, nascido em Juiz de Fora, Minas Gerais, e atua nas artes visuais com fotografia especializada em arte urbana.

SUTILEZA E CHAMAMENTO: Impressões e sentimentos sobre a obra de Carlos Araújo, por Luciana D’angêlo:

Obras únicas que conversam de forma singular com o espectador – se tivéssemos que resumir em poucas palavras o que representa, essa frase seria uma boa maneira de falar sobre o encantador trabalho de Carlos Araújo. Enigmática, envolvente, intrigante, charmosa, fascinante, sedutora, as pinturas de Carlos Araújo reúnem um sem número de características, mas ainda assim é difícil escrever o que ela representa. Senti-las talvez possa ser o suficiente.

Pelo aspecto técnico, uma pintura questionadora: como o artista consegue unir o contraste leve da transparência, do pincel aquarelado com a solidez das esculturas em mármore em uma única cena, ou ainda, em um mesmo personagem? Sim, suas obras me remetem às formas perfeitas dos corpos esculpidos em Carrara, dos antigos e clássicos escultores renascentistas;as faces lisas e belas de um busto, mas, ao mesmo tempo me levam a querer levitar na delicadeza da pincelada transparente, o ser que parece flutuar, o mesmo ser da escultura citado anteriormente. Como pode isso? A sensação é de querer voar como aparentam muitos de seus personagens trabalhados minuciosamente pelas mãos talentosas de Araújo.

A sobreposição de imagens nos gera uma inquietude para decifrar cada uma delas. As formas se confundem com a materialização de um rosto ou simplesmente são manchas intencionalmente depositadas sobre a tela. Incrível! É como uma mágica, a depender do passeio do olhar, o espectador observa figuras diferentes, é como brincar de ver desenhos nas nuvens: a cada piscar, um novo adendo nos é revelado. Encantador! As cores sutis anunciam a elegância das imagens. Por vezes, cenários calmos, em outro momento, a cena forte, dramática. Fascinante! A genialidade é para poucos.

A pintura de Carlos Araújo nos envolve em um ambiente de mistério e eleva nosso intelecto a querer decifrar as questões da nossa própria existência.

Artista plástica Luciana D’angelo.

Luciana D’angelo , artista plástica brasiliense.

A arte de Carlos Araújo Por Valter Nu:

Todas as vezes que me perguntam sobre minhas influências, apesar de realizar um trabalho em 3D com esculturas, sempre cito dois artistas que para mim são extremamente antagônicos e que são minhas pontes desde que conheci. Um, é o Carlos Araújo e o outro, o Bispo do Rosário. Apesar dos dois apresentarem características bem diferentes em suas artes, ambos expressam e atentam para a questão do sacro e da fé.

Quando recebi este convite para falar sobre a arte de Carlos Araújo, foi instantâneo um mergulho na minha infância, onde por volta dos meus 7 anos de idade, pela primeira vez, fui a uma igreja matriz em São Bernardo do Campo (SP), levado por minha avó. Por ser uma igreja matriz, sua grande beleza interna me fascinou. Fiquei olhando as abóbodas com suas lindas pinturas figuradas. No entanto, o que mais chamou minha atenção, foram as nuvens, onde conforme ia contemplando-as, surgiam no meu imaginário infantil anjos e outras figuras.

E porque conto isso? Porque quando vi as obras de Carlos Araújo pela primeira vez, voltei a este encontro inesquecível que tive com a arte sacra nesta igreja matriz. Sua obra me remeteu as nuvens de minha infância, onde até hoje continuo a contemplá-las e ver as figuras sagradas. Tive este reencontro!

Hoje, o que continua me fascinando em seu trabalho e que sempre me pega, é essa questão da fuga do figurativismo e esse lugar do iluminismo, que na arte de Carlos Araújo tem uma sutiliza ali: é como se tudo tivesse o tempo todo envolvido numa nuvem. Para mim, o sucesso do trabalho dele (sem falar da questão técnica que já foi e continua sendo muito discutida na comunidade acadêmica) é o fazer me esbarrar sempre neste olhar de criança, porque é um olhar que não mente. E o meu olhar para o trabalho dele, é esse olhar: o de criança onde eu entro numa nave de igreja e vejo todas aquelas pinturas. De quando eu ficava olhando para o céu e ia criando uma série de imagens na minha cabeça. É o encontro que eu tenho com esta criança que ainda existe dentro de mim, que é o da criança olhando para céu, contemplando esse Divino e vendo essas imagens.

Eu vejo as Obras de Carlos Araújo, o olhar dele sobre as escrituras bíblicas invólucras numa nuvem, estando dentro de uma situação como se fossem nuvens: ora uma nuvem carregada… ora uma nuvem mais amena… ora uma nuvem crepuscular parecendo um fim de tarde com Adão e Eva, que eu acho crepúsculo sim, afinal foram expulsos do Paraíso (RS…rs…rs…), ora uma nuvem de um amanhecer que acontece com Maria… E por aí vai.

Tivemos um 2020 muito difícil, principalmente na questão de encarar a morte como nunca encaramos. Por isso, eu acho muito importante rever o Genesis de Carlos Araújo neste momento. Para mim, o grande brinde em ter que voltar para as suas Obras neste momento o qual atravessamos, foi d’ele trazer esta criança que olha para as nuvens e que quando ela olha para as nuvens, ela encontra o sagrado e a iluminação. Carlos Araújo e Bispo do Rosário atingem também meu lado acadêmico, e muito, pois são grandes artistas auto-ditadas que são forjadores do meu desejo artístico. No entanto, me reservei no direito de aqui, nesta homenagem, exteriorizar minha questão pessoal para com suas Obras e o que elas representam e significam para mim. Abri mão da narrativa acadêmica propositalmente, porque me peguei submerso a um lugar mais importante para mim, que é a da manutenção da minha criança interna, que a sutileza genuína do trabalho dele, me conduz. Ele consegue pegar esta criança e realizar esta manutenção.

E não é só em mim. Tenho uma sobrinha que adora desenhar, e trocando desenhos neste período de pandemia, mostrei a ela uma das Obras de Carlos Araújo e ela me falou: Nooossaaa!… É igual quando eu olho para o céu!

De fato, eu acho que o Carlos Araújo tem essa iluminação: a de fazer com que se olhe para o céu e a de que  tenhamos fé e esperança. Por isso, o desejo aqui, em prestar minha homenagem expressando um lugar meu, ativado em mim pela grandiosa arte de Carlos Araújo, que é esta criança que encontra Deus!

Artista plástico, Valter Nu.

“Vlater Nu é artista plástico, nascido na cidade de São Paulo trabalha com esculturas 3D de grandes dimensões, produzidas com lixo eletrônico”.

 A arte de Carlos Araújo por Elias Francisco Júnior:

Quando fui convidado para conhecer a obra de Carlos Araújo como leigo e tive um pequeno prólogo do que seria seu trabalho, esperava manifestações artísticas entre aquilo que é o sagrado da Igreja e o profano do homem. No entanto, me surpreendi.

A obra de Carlos vai além da divisão maniqueísta entre bom e mal, céu e inferno, Deus e o diabo. Sua sensibilidade está na tradução da energia das passagens bíblicas de forma muito particular. É uma fusão do didático para quem não é cristão junto ao uso de expressões e cores em imagens, com o objetivo de levar o entendimento da dor, fé, sacrifício e principalmente, o amor divino.

O uso de silhuetas enevoadas e jogo de luz e sombra das tintas com cores ora dramáticas, ora sóbrias junto aos textos que enunciam os momentos bíblicos facilita o entendimento de quem visita sua obra. Em nenhum momento a sofisticação ultrapassa a emoção nas obras. Tudo é tátil ao entendimento. Dentre seus trabalhos, minha favorita é a exposição “Gênesis”.

Definitivamente um dos artistas de maior sensibilidade que descobri recentemente. E isso se torna ainda mais bonito, por se tratar de um brasileiro!

Fez todo sentido que sua obra fosse exposta em um lugar de tanto prestígio como o Panteão de Roma pois faz um convite a todo aquele que deseja entender de forma mais sentimental a linguagem muitas vezes sofisticada e fora da compreensão popular da Bíblia Sagrada.

Obrigado pela oportunidade de conhecê-lo!

Elias Francisco Júnior.

“Elias Francisco Júnior é nascido na região metropolitana do Rio de Janeiro, tem 24 anos, formado em Relações Internacionais pela Ibmec-RJ e especializado em Gestão do Entretenimento pela ESPM-RJ”.

A arte de Carlos Araújo por Silas Azevedo:

De Gênesis ao Apocalipse “Citações Bíblicas”, Carlos Araújo, entre o Divino e o Sagrado. É assim o esplendor de sua obra como uma composição inspirada na fé, uma concepção de Deus. O artista com seus pinceis e sensibilidade, suavidade e técnica, expressa em suas telas o sagrado. Por um período, o pintor se dedicou ao estudo da bíblia para criar suas composições, das tintas as suaves e delicadas expressões exibidas. Um grandioso e oportuno momento que Carlos Araújo expressa o belo. Anjos, demônios e pessoas comuns, como pessoas reais que vivem na nossa contemporaneidade.

Com sua magnifica obra, o artista plástico Carlos Araújo nos remete a essência da vida, nos mostra através das citações Bíblicas expressada na grandeza de suas pinturas, nos traços e na leveza de suas imagens, o universo do Criador. A importância dessas imagens como se fossem relatos, para que não nos percamos no nosso caminho, tendo conhecimento da importância do Divino expressado em sua Arte.

Um privilégio para nós brasileiros termos a magnitude e sensibilidade de um artista que se aprofunda num tema tão precioso para a humanidade, o chamado da fé, como que guiado pelas mãos de Deus, com seus pinceis e sua genialidade.

Na Comemoração dos Quarenta Anos da Obra “De Gênesis ao Apocalipse” “Citações Bíblicas”, podemos dizer que Claudio Araújo deixa para essa e futuras gerações um legado importante com suas criações, em suas obras artísticas que traduzem bem o Divino e o Sagrado como figuras representativas do eterno, da fé à inspiração transformada em Arte.

Silas Azevedo

Silas Matos de Azevedo

Ator, Diretor e roteirista

Estudou Produção Cultural na Universidade Candido Mendes

Formado em Direção de Cinema pela Escola de Cinema Darcy Ribeiro

Trabalhou na Gerencia de Comunicação da Petrobras Coordenando Produções de Vídeos Institucionais por quase trinta anos.

A arte de Carlos Araújo por Tamara Rosa:

Conhecer um pouco da obra de Carlos Araújo, ainda que virtualmente, para mim, foi ter a experiência sensorial de estar conectada com o Divino através da mais pura expressão artística em vários e diferentes sentidos. Suas obras despertaram em mim, uma emoção muito grande e terna, em poder ver a palavra expressa em uma arte delicada, com traços que me permitiu completar sua obra na minha imaginação. Vejo anjos, água, terra, céu, infinito e delicadeza.

Como não sentir a presença de algo divinal? Senti a força da palavra e ao mesmo tempo o alento que ela traz. Para mim, uma experiência maravilhosa onde não só a contemplação com os olhos me conduziu ao primor da beleza de seus traços e cores, como também, me proporcionou a beleza da vida!

Só posso agradecer por ter tido a oportunidade em conhecer um pouco da obra deste grande artista brasileiro, que oferece para o expectador imagens das mais lindas e verdadeiras mensagens de poder, fé e gratidão!

Tamara Rosa.

“Tamara Rosa é professora primária e nascida na cidade do Rio de Janeiro”

 

NOTA:

*Imagens retiradas da rede social Facebook do artista, com autorização do mesmo.

**Algumas outras imagens gentilmente cedidas pelo artista.

AGRADECIMENTOS:

A Viva Cultura Revista Digital gentilmente agradece aos curadores Denise Mattar, Oscar D’ambrósio e Shannon Botelho. Aos artistas Fernando Priamo, Luciana D’angelo e Valter Nu. Aos expectadores Elias Francisco, Silas Azevedo e Tamara Rosa.

A todos vocês gratidão pelo carinho e por colaborarem de forma voluntária com esta simples homenagem!

Agradecemos também a Michaela, filha do pintor Carlos Araújo, pela paciência (RS…rs…rs…) em ser nossa intermediária para a realização desse trabalho, pela sua atenção e carinho.

OBS: Todas as obras do artista são relacionadas com passagens bíblicas e possuem títulos que não estão apresentados aqui, em nossa galeria de imagens.

SERVIÇO: mais informações sobre a arte de Carlos Araújo em:

www.carlosaraujo.com e @carlosaraujo.art

PRESTIGIE A ARTE BRASILEIRA!

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