Por Redação – 14/04/2022
Quem curte filmes de terror e suspense, com certeza, já assistiu a alguma produção cinematográfica adaptada de um livro de Stephen King, considerado o mestre da literatura do gênero. E agora um clássico do escritor norte-americano está disponível não só em plataformas de streaming, mas também no teatro.
Estreou dia 08, no Teatro Firjan Sesi, o espetáculo “Misery”, nova versão brasileira do livro homônimo de 1987.
A versão é nova porque não é a primeira por aqui. Em 1994, sob o título de “Obsessão”, teve o casal de protagonistas formado por Débora Duarte e Edwin Luisi, dirigidos por Eric Nielsen. Já em 2005, Marisa Orth e Luís Gustavo contracenaram, sob direção do espanhol Ricard Reguant.
A diferença entre as duas primeiras adaptações e a atual, é que esta, dirigida por Eric Lenate, foi traduzida e adaptada pela dupla Claudia Souto e Wendell Bendelack não do livro, mas de sua versão para os cinemas – comercialziada nos cinemas brasileiros como “Louca Obsessão”. Em 1990, William Goldman dirigiu James Caan e Kathy Bates, que acabou ganhando o Oscar de Melhor Atriz, a única estatueta de uma película adaptada de um livro de King.
Agora, no palco do Firjan Sesi, a enfermeira Annie Wilkes interpretada por Bates fica com Mel Lisboa. Já o outro protagonista é o renomado escritor e autor de uma série de best-sellers Paul Sheldon, papel de Marcelo Airoldi. Os dois ficam frente a frente depois que ele sofre um grave acidente e é socorrido exatamente por Annie.
Esse seria apenas mais um encontro entre enfermeira e paciente não fosse ela uma leitora voraz da obra de Sheldon. Mas o que era inicialmente apenas afinidade e admiração de fã para ídolo, se, torna, aos poucos, um jogo de suspense pontuado por momentos de ameaças, torturas e dominação, o que faz com que o perfil psicológico de ambos se revele. E é nesse ponto que entra o toque da nova adaptação brasileira.
A personagem da enfermeira, obcecada pelo escritor, sempre foi retratada no teatro e no cinema de forma estereotipada, como louca e histérica, enquanto Sheldon ocupava sempre o papel de vítima. Procuramos nesta montagem trazer uma Annie mais esférica, olhar para dentro dela e ampliar as possíveis leituras desta obra para além daquela que coloca o gênero feminino no lugar da instabilidade trágica que precisa ser comandada pelo masculino — adianta o diretor.
Lenate assina ainda a arquitetura cênica e os adereços do espetáculo. A partir da opção por um cenário circular, ele criou uma dinâmica na encenação que faz com que alguns elementos desapareçam à medida em que outros vão sendo exibidos, o que causa uma sensação de ilusão de ótica no espectador.
Versões internacionais
SERVIÇO
Local: Teatro Firjan SESI
Endereço: Av. Graça Aranha, 1 – Centro.
Sessões: Sextas às 19h; sábados e domingos às 18h
Temporada: 08/04 a 05/06
Elenco: Mel Lisboa, Marcello Airoldi e Alexandre Galindo
FIcha Técnica:
Direção: Erik Lenate
Texto: Baseado no livro “Misery – Louca Obsessão”, de Stephen King (traduzido e adaptado por Claudia Souto e Wendell Bendelack)
Classificação: 14 anos
Entrada: R$ 40 (inteira); R$ 20 (meia)
Bilheteria: Sympla
Gênero: drama
Duração: 150 minutos
Capacidade: Não informada
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