Arte em Exposição

A Caverna, de Gabrielle Farias estréia nova temporada hoje no Teatro Municipal Serrador

Elenco de A Caverna

Do que você seria capaz de fazer para se salvar? Qual o limite entre o certo e o errado? Você seria capaz de se matar por culpa?

A reflexão sobre o comportamento humano em condições extremas  físico e psicológicas dos personagens é a grande proposta de “A Caverna”, texto de Gabrielle Farias, Direção de Bruno Heitor e supervisão de Texto e Direção de Marcus Caruso.

Muitos textos chegam a mim, leio todos. Posso dizer que salvam-se poucos e me deparar com um, escrito por um jovem autor é como achar uma agulha no palheiro. Fiquei muito entusiasmado tanto com texto como com talento do diretor. Eu indico, conclui Caruso.

A peça narra a trajetória de 4 amigos (Anna, Rebeca, Miguel e Franco) que se perdem e ficam presos numa caverna subterrânea por 5 dias.  Em meio a sentimentos que transbordam em razão do medo, os amigos são testados até seus limites, até o fim.

Em entrevista no backstage da pré-estréia, o ator e diretor da peça Bruno Heitor e a autora e a atriz Gabrielle Farias, nos contam um pouco da experiência em realizar o espetáculo A Caverna.

Vem Curtir: Como surgiu a ideia do texto?

Gabrielle Farias: Quando nos formamos em teatro, sentimos a necessidade em realizar e exercer nossos trabalhos como atores. Porém, uma escola voltada para formação teatral não foca muito em questões relacionadas a produção. Nós, que já estávamos com vontade e também já vínhamos buscando mecanismos para realizarmos nossos espetáculos, percebemos que se não fizessemos a produção, não faríamos teatro. Então, foi essa a necessidade. Nos juntamos e ficamos buscando idéias para encenar um texto com 4 atores, com personagens bem equilibrados. Em meio a determinadas dificuldades em encontrar um texto pronto, eu sugeri escrevê-lo. Um amigo nosso sugeriu a temática através de um filme e que criássemos esta história. E assim, nasceu a ideia onde contruí o texto de A Caverna.

Vem Curtir: Há quanto tempo existe a formação da Cia Quatrupe, por quantos atores é composta e por quê a escolha deste nome?

Gabrielle Farias: É uma Cia nova, composta por 2 atores que somos eu e o Bruno. Na verdade é que mesmo sendo uma dupla, achamos que Quatrupe seria um nome bem mais simpático.

Bruno Heitor: Apesar de serem dois, não achamos que trupe ficaria legal e tritupe…(risos) também não (risos)…

Vem Curtir: E sobre o convite aos atores Fifo Benicasa e Ingrid Counte?

Gabrielle Farias: Bem, o Fifo Benicasa é um grande amigo meu, nos formamos juntos. Conhecemos a Ingrid através do Fifo, fizemos o teste com ela (pois já conhecia o trabalho do Fifo) e ela se integrou ao elenco. É uma excelente atriz!!!

Vem Curtir: Bruno, é a sua primeira direção?

Bruno Heitor: De peça, sim!  Eu já fazia direção de atores, porque fazíamos vídeos entre outras coisas. Mas, aqui é diferente de você estar com uma câmera parada e dirigir a movimentação dos atores. É um desafio mais interessante e desgastante (no bom sentido), onde você tem que pensar e trabalhar mais em cima de coisas que não está acostumado. E também tem a questão das dificuldades em produzir teatro atrelados a diversos fatores tendo como o principal (acho que quase no caso de todos), o econômico. Conseguimos o apoio do SESC o que nos proporcionou levantar a peça; porém, eu dirijo e ela (Gabrielle Farias) escreve devido as necessidades relacionadas a custos. Somos atores e assim como muitos colegas gostaríamos de poder trabalhar somente com atuação que é nossa formação, e o que sabemos fazer de melhor.

Vem Curtir: Houve algum critério específico na composição dos personagens ou tudo foi fluindo naturalmente de acordo com as passagens de texto e os ensaios?

Bruno Heitor: Na verdade, nesta peça, não existe muito a composição dos personagens no sentido de caracterização em ser outra pessoa. Eu me coloco como ser humano, aquele personagem que não sou eu, porém, são as minhas risadas, minha fala…. Eu não preciso mudar minha voz e meu andar. A composição em si, ocorre mais no que diz respeito ao cansaço. Por estarem praticamente presos 5 dias em uma caverna, há uma diferença da energia de quando eles entram para a energia que eles estão no final. A composição é mais em cima deste cansaço que temos que construir.

Gabrielle Farias: Tem as questões da falta de comida, da água, e que temos que perceber e sentir como é a sede e a fome, e como reagir isto no corpo. São estas sensações que buscamos compor.

Vem Curtir: De quem partiu o convite para o Marcos Caruso realizar a supervisão?

Gabrielle Farias: Tem uma amiga nossa que nos ajudou a produzir e que já havia trabalhado com ele, e perguntou se ele poderia fazer uma supervisão. O Marcos respondeu que toparia caso gostasse do texto. Aí, deu aquele nervoso…(risos)  e enviamos o texto por e-mail. Ele leu, entrou em contato e nos falou que gostaria de nos ajudar pois havia gostado muito do que havia lido. E assim ele fez. Nos ajudou muuuiiiito!!! Fez toda a diferença com seu talento e experiência. Ele tem uma visão e uma percepção muito rica em detalhes, que não enxergamos ainda. Nos proporcionou elementos enriquecedores. Foi uma benção!!!!! (sorrisos).

Vem Curtir: Obrigada por nos receber!!

Gabrielle e Heitor: Foi um prazer!!

A música, a sonoplastia, o texto e a ótima e forte atuação do elenco fazem de A Caverna um espetáculo completo, rico de elementos  que interage  com o expectador  levando-o a reflexão interior.

A cia Quatrupe recebe hoje em sua segunda temporada os atores Fifo Benicasa e Ingrid Counte no Teatro Municipal Serrador na Senador Dantas, 13 às terças e quartas às 19:30 com ingressos a partir de 20 reais.

 

Venha com a família. Vem Curtir!

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