Por Redação – 26/07/2023
Desde 1996, em 31 edições pelos trilhos desse “bonde” – que nos une e nos fortalece -, pioneiro na sua dimensão, o Arte de Portas Abertas carrega tradição e marca, exclusivas na sua concepção, construidas ao longo de 27 anos de resistência colaborativa e inclusiva de artistas residentes em Santa Teresa/RJ.
Singular e potente na sua amplitude, o Arte de Portas Abertas, se configura como um marco importante no calendário cultural e turístico do Rio de Janeiro (cidade e estado). A oferta gratuita e riqueza de possibilidades – nos encontros e cruzamentos de modalidades diversificadas dos fazeres artísticos – em escolhas e descobertas, semeia e aprofunda experiências com a arte, em conhecimento e lazer.
A proposta é aglutinadora e multicultural, e se expande pelas ruas, praças, ladeiras, muros, becos e esquinas, despertando sinergias e somando incorporaçóes espontâneas de artistas e coletivos importantes, de múltiplas e inovadoras expressões artísticas. Um corredor cultural que se estende pelos bairros da Lapa e, este ano, também do Catete.
Esse nosso bonde carrega, na sua história, ilustres passageiros e abraça essa Cidade Maravihosa que é o Rio de Janeirro.
Acolhidos por essa arquitetura histórica do século XIX, mais os elegantes casarões construídos até a década de 1940, viveram, por exemplo, na colina:. Celso Blues Boy (cantor e guitarrista), Djanira (Pintora), Irwing São Paulo (Ator), Jorge Selarón (Artista plástico), Laurinda Santos Lobo (Socialite, mecenas e proprietária do Palacete Murtinho Nobre), Odilo Costa Filho –(Escritor e jornalista), Paschoal Carlos Magno (Dramaturgo), Pixinguinha (Músico)
Hoje, faceiros e em plena atividade, podemos citar: Amir Haddad, passageiro e vizinho – um dos mais importantes ícones vivos, guardião da historia da da dramaturgia brasileira, por nós sempre celebrado. E que foi homenageado na edição de 2022 – ele e Carlos Vergara, que é considerado um dos principais representantes da Nova Figuração ou Pop Art Brasileira (1960). Aliás, o principal diferencial do bairro de Santa Teresa é ser o único da cidade que manteve o bonde como meio de transporte, até os dias de hoje.
O tema “Arte, Democracia e Diversidade“, mais do que um tema, traduz-se num manifesto sobre o direito ao exercício indiscriminado, ao conhecimento, a inclusão, a oferta e consumo de formatos e estilos da arte em seus mais variados matizes, origens e estilos.
Em 2023, são dois finais de semana, eentre 29 de julho e 06 de agosto, com música em vários tons, grafite, dança, pintura, escultura, teatro, literatura, cinema, fotografia, arte digital, performances, além de palestras e atividades educativas e oficinas, entre outras. É um dos eventos de maior repercussão do calendário cultural e turístico do Rio de Janeiro (do Municópio e do Estado).
A vista panorâmica, inegavelmente deslumbrante, e a ambiência boêmia – que favorece um reduto multifacetado de bares e restaurantes, localizados principalmente ao redor do Largo dos Guimarães – compõem um capítulo especial na memória dos frequentadores de Santa Teresa, onde por exemplo (desde a década de 1970), as paredes do Bar do Arnaudo têm muita história pra contar . ‘quem nunca?’
SERVIÇO:
Arte de Portas Abertas 31ª. Edição – Arte, Democracia e Diversidade
Tema: Arte, Democracia e Diversidade
Dias 29 e 30 de julho e 05 e 06 de agosto
(2 finais de semana – sábados e domingos, das 10h às 17h
Sede: Parque das Ruínas / @parquedasruinasoficial
– rua Murtinho Nobre, 169 – Santa Teresa, Rio de Janeiro – RJ
Entrada: Grátis
Abertos ao público, diariamente, restaurantes e bares locais.
Os eventos fora da Sede podem ter horário expandido, além das 17:00h
Use o Transporte Público – Não Suba Santa Teresa de Carro.
Integram o evento:
– Parque das Ruínas – rua Murtinho Nobre, 169 – Santa Teresa/RJ
– Museu da Chácara do Céu – rua Murtinho Nobre, 93 – Santa Teresa/RJ
– Cine Santa Teresa – Rua Paschoal Carlos Magno, 136 – Santa Teresa/RJ
– CRIA Arte em Movimento – espaço multicultural de Arte-educação – rua do Catete, 112/pav. 3 – Catete/RJ
– Ateliês e Galerias, situados nos bairros do bairro de Santa Teresa/RJ.
– coletivos de artistas da AMEBECO – Associação de Amigos, Comerciantes e Moradores da rua Morais e Vale, no bairro da Lapa/RJ.
– Pólo Ame Santa
– Outros artistas convidados.
Apoios: Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro/Sub-prefeitura do Centro, Cervejaria Therezópolis, Pólo Ame Santa, Instituto Percepçoes,
Realização: Chave Mestra – Associação de Artistas Visuais de Santa Teresa, detentora da marca Arte de Portas Abertas, sob a presidência do artista plástico Valter De Gáudio (artista que integra o coletivo de obras em exposição)
Produção: Luciana Di Santo – Curadoria Parque das Ruínas : Mariana Bahia(*)
Mariana Bahia: (curadora) é artista visual e curadora independente. Formada em Artes pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e com especialização na Universidade de Coimbra em Portugal. Entre suas atuais exposições se encontram o ‘’Desvio para ao silêncio’’ e ‘’Cria: Diálogos entre Artes”. É interessada em viabilizar artistas emergentes na cena cultural, possibilitando novas abordagens discursivas no campo da curadoria.