Por Redação – 16/01/2023
A Danielian Galeria apresenta a exposição “Mulherio”, com mais de 60 obras, de 36 artistas brasileiras de várias gerações,que aborda a presença de corpos femininos na produção de artistas mulheres brasileiras, da modernidade aos dias atuais. Com curadoria de Viviane Matesco, Marcus Lontra e Rafael Peixoto, as obras escolhidas foram reunidas graças a empréstimos de galerias, colecionadores e artistas, e refletem experiências artísticas com múltiplos materiais e suportes, entre a pintura, a escultura, a videoarte, a instalação e a performance, deslocando também para os aspectos formais a questão central da mostra.
O corpo como território de resistência política, a sexualidade, e o ativismo feminista estão em núcleos articulados, em que se reflete como o tema foi tratado pelas artistas ao longo do tempo. O título se refere ao jornal que circulou no Rio de Janeiro entre 1981 e 1988, como desdobramento dos estudos sobre a condição feminina no Brasil, que em suas 40 edições teve como colaboradoras nomes importantes do pensamento brasileiro como Lélia Gonzalez, Adélia Borges, Maria Rita Kehl, Ruth Cardoso, Carmen da Silva e Heloisa Buarque de Hollanda. A exposição é ampla, abre uma série de possibilidades e edições futuras.
Corpos como espaço político, de resistência:
Logo ao chegar o público verá na fachada da galeria lambes com retratos de cerca de 200 mulheres brasileiras, atuantes em campos diversos como arte, música, literatura, ciência e política.
As obras se articulam em três núcleos: Força– corpos em resistência; Gestos– corpos em ação; e Âmago– corpos íntimos. Na entrada, terá um núcleo histórico, com trabalhos de Tarsila do Amaral e as pioneiras Lygia lark e Lygia Pape. Neste espaço, além do texto curatorial, haverá um fac-símile ampliado do jornal “Mulherio”.
“Há muitas interseções, artistas que estão em mais de um núcleo”, explica Rafael Peixoto. A exposição faz um contraponto poético ao corpo da mulher representado na história da arte. “É o corpo tratado pela mulher artista, não uma representação”, diz. Ele assinala que “muitas vezes os corpos das artistas são espaços políticos, de resistência, e grande parte dessas obras é autorreferencial”.
A cenografia projetada pela arquiteta Tania Sarkis vai utilizar transparências criadas por tecidos doados pela fábrica Marilan, que entre 1968 e 2015 produziu lingerie e moda praia feminina, empregando mais de quatro mil mulheres ao longo de sua história. Tecidos vão dividir o espaço e servirão de fundo para as esculturas, em panos de fundo para a base.
As artistas com obras na exposição são: Tarsila do Amaral (1886-1973), Lygia Clark (1920-1988), Lygia Pape (1927-2004), Anna Bella Geiger (1933), Leticia Parente (1930-1991), Celeida Tostes (1929-1995), Maria Bonomi (1935), Maria Polo (1937-1983), Anna Maria Maiolino (1942), Ana das Carrancas (Ana Leopoldina dos Santos), 1923-2008, Conceição dos Bugres (Conceição Freitas da Silva), 1914-1984, Wega Nery (1912-2007), Nelly Gutmacher (1941), Josely Carvalho (1942), Sonia Menna Barreto (1953), Márcia X (1959-2005), Cristina Salgado (1957), Regina de Paula (1957), Lia Menna Barreto (1959), Brigida Baltar (1959-2022), Beatriz Milhazes (1960), Nazareth Pacheco (1961), Suzana Queiroga (1961), Ana Miguel (1962), Rosana Palazyan (1963), Niura Belavinha (1962), Adriana Varejão (1964), Analu Cunha (1964), Berna Reale (1965), Elisa de Magalhaes, Adrianna Eu (1972), Aline Motta (1974), Marcela Cantuária (1991), Panmela Castro (1981),Élle de Bernardini (1991) e Lyz Parayzo (1994).
SERVIÇO:
Exposição: até 04/02/2023
Dias: Segunda-feira, Terça-feira, Quarta-feira, Quinta-feira, Sexta-feira das 11:00h às 19:00h
Local: Rua Major Rubens Vaz, 414, Gávea, Rio de Janeiro, CEP 22470-070
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