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Projeto Maravilha inicia nova conexão entre público, natureza, tecnologia e arte no Parque Bondinho do RJ

Foto: Daniela Reis

Rio, 31/10/2024 – Por Redação

 

Foi inaugurado hoje o Projeto Maravilha que transforma o Parque Bondinho Pão de Açúcar em um espaço de arte contemporânea ao ar livre. A ser promovida no Bosque das Artes – nova área expositiva que se abre na cidade –, a iniciativa idealizada pelo gestor cultural carioca Fabio Szwarcwald e realizada pela produtora A-Ponte vai comissionar expoentes da arte brasileira para criarem obras inéditas.

A curadoria de Ulisses Carrilho exalta o Rio de Janeiro e a exuberância da sua paisagem natural, utilizando a arte para promover conscientização crítica e estimular a imaginação coletiva. O artista convidado para esta primeira edição do projeto é o gaúcho Carlos Vergara, que celebra em 2024 os seus 60 anos de carreira.

“Queremos proporcionar uma vivência da arte contemporânea, além de ampliar a contemplação da paisagem e de toda a riqueza do ecossistema”, afirma Szwarcwald. Ferramentas digitais interativas complementam a proposta, enriquecendo a experiência sensorial e educativa do público.

O artista Carlos Vergara

Na exposição inaugural, Carlos Vergara apresenta três esculturas de grande escala, instaladas na zona de preservação socioambiental a 360 metros de altura. Marcado por uma profunda investigação das culturas e paisagens brasileiras, o trabalho de Vergara dialoga diretamente com a iniciativa. “O Projeto Maravilha adota uma visão holística de cultura e natureza, integrando esses dois campos. Em toda a obra do Vergara, percebemos um artista que desafia a antiga separação entre essas esferas”, justifica Carrilho.

Ao longo da carreira, a relação do artista com a natureza se revela nas diferentes linguagens que explora, como pintura, fotografia, gravura e escultura. Na prática escultórica, Vergara é reconhecido pela habilidade de transformar espaços e envolver o público em reflexões sobre a interseção entre arte e natureza. “A arte enriquece o olhar, tornando-o mais profundo. Ver vai além de simplesmente ‘enxergar’. Na escultura, busco um olhar que se volta tanto para fora quanto para dentro”, resume o artista.

Obra A Idade Da Pedra (em detalhe) do artista Carlos Vergara.
Foto: Jaime Acioli

Obra A Idade Da Pedra, do artista Carlos Vergara.
Foto: Jaime Acioli

A interação artística proposta por Vergara – um dos principais representantes da Nova Figuração no Brasil – convida o espectador a ajustar seu olhar, ampliando a sensibilidade às sutilezas do ambiente e encontrando sentido no que observa. As obras apresentadas no Projeto Maravilha realçam a sintonia entre esculturas de grande formato e o bioma ao redor, dialogando com os reinos animal, vegetal e mineral.

Embora as esculturas – Parênteses, A Idade da Pedra Pauta Musical – sejam de fases e pesquisas distintas, o projeto curatorial tem como ponto de partida a série Natureza Inventada, em que Vergara explora os padrões geométricos revelados nas formas orgânicas da natureza. Iniciada na pintura, essa série capta o ritmo visual da luz filtrada pelas folhas e galhos, e marca a produção escultórica do artista de forma subjetiva. “Há uma memória de natureza, mas não a pretensão de ser descritivo ou mimético”, afirma Vergara. Além da evidente conexão com o meio ambiente, as três esculturas têm em comum o material com que são produzidas.

Obra Parenteses, com 3 mt de altura, do artista Carlos Vergara.
Foto: Jaime Acioli

Obra Parenteses (em detalhe) com 3 mt de altura, do artista Carlos Vergara.
Foto: Jaime Acioli

Quem for ao local poderá explorar a flora e fauna da região de forma gamificada, desbloqueando conteúdos educativos e NFTs exclusivos ao interagir com QR Codes distribuídos pelo bosque.

— O objetivo é criar uma experiência imersiva, na qual arte e ecologia se encontram, oferecendo uma interação fluida entre o ambiente natural e o digital e promovendo a conscientização ambiental de maneira inovadora — afirmou Thiago Yaak, especialista em inteligência artificial e responsável pela integração da tecnologia no projeto.

O Bosque das Artes promete atrair um público diversificado, fortalecendo o turismo cultural e ecológico no Rio de Janeiro, com o potencial de deixar um impacto duradouro na preservação ambiental.

De acordo com Yaak, a abordagem centrada na gamificação e na conscientização ambiental posiciona o Projeto Maravilha como um exemplo de inovação cultural sustentável, alinhando arte e tecnologia para promover um impacto positivo na sociedade. Ele explica que, ao interagir com a flora e fauna locais, o público não apenas aprende sobre a importância da preservação do ecossistema, mas também participa de uma dinâmica que utiliza NFTs como recompensas.

Obra Pauta Musical, (7metros de comprimento inserindo-se na natureza do Bosque das Artes) do artista Carlos Vergara.
Foto: Jaime Acioli e Fabio Souza

Obra Pauta Musical (em detalhe), (7metros de comprimento inserindo-se na natureza do Bosque das Artes) do artista Carlos Vergara.
Foto: Jaime Acioli e Fabio Souza

A dinâmica do circuito envolve o uso de QR Codes distribuídos estrategicamente pelo bosque, permitindo ao visitante explorar os conteúdos informativos e participar de atividades interativas, acumulando pontos que são trocados por NFTs. Essa abordagem cria um ciclo contínuo de aprendizado e engajamento, em que arte e ecologia se encontram de maneira inovadora.

SERVIÇO:

  •  Abertura: 31/10/24 – Diariamente, das 9h às 17h
  •  Bosque das Artes do Parque Bondinho Pão de Açúcar® | Endereço: Av. Pasteur, 520 – Urca, Rio de Janeiro
  •  www.projetomaravilha.com.br

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