Por Jaqueline Stori – 11/02/2022
Amanhã todo o Brasil comemora o centenário da Semana De Arte Moderna 1922, que ocorreu no Theatro Municipal de São Paulo. A Semana trouxe para a cultura brasileira uma mudança sobre o olhar e o fazer arte e cultura. Diversos artistas visuais, músicos e escritores brasileiros, criaram o que podemos chamar de revolução cultural. A partir desta Semana, o modernismo e outras expressões artísticas nunca mais foram as mesmas, dando espaço para o rompimento de barreiras criativas, onde ousar e recriar e criar novos conceitos, foi a “ordem” proposta pelo evento.
Dentro desse contexto, um espaço cultural em especial foi palco desta efervescência que mudaria para sempre os estigmas e tabus da cultura modernista brasileira: o Theatro Municipal de São Paulo. Foi nele que tudo começou e através dele o Brasil conheceu esta revolução cultural.
Por tudo isso, este riquíssimo espaço, este ano, organizou uma programação à altura da Semana De Arte Moderna de 1922, dando espaço para diferentes linguagens e expressões culturais e artísticas, com muito entusiasmo para celebrar a marcante data.
Durante toda a semana será oferecido ao público espetáculo teatral, concertos, mesas de debates, saraus, expedições, espetáculo de dança e exposições de artes e intervenção artística da artista e ativista Chris Tigra, , ocupando a fachada do belíssimo Theatro., questionando onde estavam os negros durante a Semana de Arte Moderna? Toda programação foi pensada em apresentações que dialogam com as propostas de renovação dos modernistas em consonância com a contemporaneidade.
Grandes nomes da cultura brasileira Glaucea Helena de Britto, Victor Palomo, Marcelo Jafé, Camila Fresca entre outras feras, estarão presentes nas mesas de debates, falando sobre a Semana de 22 e a música, e claro, sobre o modernismo: contradições, transgressões e continuidades.
Os saraus reúnem os coletivos Sarau Das Pretas, Sarau do Binho e o Grupa As Clarianas, tendo o Rappin’ Hood, como mestre de cerimônia.
O maravilhoso Coro Lírico de São Paulo sob a regência de Mario Zaccaro, acompanhado das espetaculares Elisabeth Ratzersdorf (soprano), Keila de Moraes (mezzo-soprano) e Marcos Aragoni (piano), apresentam “Magnificat-Aleluia” e “Bachianas Brasileiras nº 5” de Heitor Villa-Lobos. O concerto faz parte de uma atividade específica da Semana: as Expedições Modernistas, que são percursos gratuitos (ingressos esgotados) por equipamentos culturais do centro de São Paulo, inspirados na “Missão de Pesquisas” de Mário de Andrade, que acabam lá no Complexo do Theatro, com apresentações dos corpos artísticos deles.
Já o Balé da cidade de São Paulo, convida o público para o espetáculo “Muyrakytã” e “Isso Dá Um Baile!”. Esta será a estreia de “Muyrakytã”, concebido por Allan Falieri, em exaltação a singularidade presente na multiplicidade de nossa gente. Nas palavras do coreógrafo, o balé é uma afirmação para que “nada nos defina fora de nós”. Em “Isso Dá Um Baile!”, a coreografia de Henrique Rodovalho transforma o palco em um grande baile. A inspiração parte dos estilos de dança que surgiram de forma espontânea nos bailes funks das comunidades da cidade do Rio de Janeiro.
E manhã, 12/02, a Bendita Trupe apresentará a montagem “Fortes e Vingativos Como o Jaboti” na Cúpula do Theatro Municipal. A peça trata de um “happening” que traz à luz um diálogo com as propostas de renovação dos modernistas, através de uma amostragem e interação artística com textos, imagens e obras que integraram os eventos de 1922. Com direção de Johana Albuquerque, a apresentação contará com artistas convidados, que trarão suas linguagens artísticas em conexão com a produção modernista do século passado.
Já viu que não dá pra ficar de fora desse turbilhão, né? Então, confira toda programação (que é gratuita com sujeito a lotação), no site do Theatro Municipal de São Paulo:
www.theatromunicipal.org.br
PRESTIGIE A ARTE BRASILEIRA!!
