Contemporâneos Galeria de Arte ocupa a Galeria Modernistas, em Santa Teresa, com mostras e oficinas gratuitas

Por Redação – 25/10/2022

A Galeria Modernistas, em Santa Teresa, está recebendo a mostra coletiva “Imaginário” e a ocupação “O Futuro é coletivo”, ambas inspiradas na célebre frase de Manoel de Barros, “É preciso transver o mundo”. Com curadoria de Lu Valençae realização em conjunto com a Contemporâneos Galeria de Arte, a exposição “Imaginário”, apresenta, no andar principal, cinco artistas com seus olhares durante os últimos dois anos. Angela Moraes, Cadu Leal,Maridea De Deus, Paula Queiroz e Vanessa Barini abstraíram, mas não ignoraram os acontecimentos, permaneceram firmes em seus ofícios, no dever de provocar reflexões, de aliviar suas próprias angustias e de todos ao redor.

No hall de entrada, a mostra “Mosaico” irá reunir treze artistas em pequenos fragmentos inspirados nas questões do Homem Moderno. Da abstração, passando pelo realismo fantástico e chegando ao concreto, o Coletivo Contemporâneos propõe – no Mosaico formado por telas de 30x30cm – reflexões acerca do existencialismo, natureza, manifestos e anseios. Participam os artistas Afonso D’Ávila, AngelaMoraes, Cadu Leal, Cássia Pires, Denise Greco, LauraVivacqua, Lu Valença, Lúcia Russo, Renata Barreto, RicardoBhering, Roberta Costa, Sérgio Graça e Tatti Simões.

No dia da abertura de ambas as mostras, o Coletivo Contemporâneos também ocupou os espaços da Galeria Modernistas com atividades gratuitas, como a oficina de Maxi Bordado com a artista plástica e arquiteta Renata Barreto, a oficina de SoulCollage com a artista plástica Tatti Simões e Criação Livre de Lambe-Lambe com os artistas plásticos Afonso D’Ávila, Laura Vivacqua, Lúcia Russo,Roberta Costa e Sheila Tostes.

Segundo Lu Valença, “transver o mundo é transfigurar a realidade, é fugir das suas algemas, da sua limitação, do seu automatismo. Mas isso não implica fingir que ela não exista, e sim, encará-la de modo a modificá-la, acrescentando magia ao real, esmiuçando o óbvio, já que é quando esmiuçamos o óbvio que a magia presente na simplicidade das coisas vem à tona e, então, tem-se poesia”. Para a curadora, “a poesia, dessa forma, está em tudo, nas maiores miudezas, basta que se olhe de forma enviesada, transversa. Viver poeticamente é buscar enxergar o óbvio, é não ser engolido pelos leões da normalidade, é sentir o vento na sombra”. “A arte serve para isso: desconsertar. E nós estamos muito sérios. Precisamos ficar mais desconcertados, como quando olhamos para algo e o silêncio pinta na imaginação do olhar, porque certas coisas a gente só sente, não precisa de explicação. Às vezes enxergar já é a melhor explicação que pode existir”, conclui.