Arte Visual

Explosão magnética de cores na arte digital do artista visual Adelmo Avancini.

Obra Kundalini 1, de Adelmo Avancini.

Por Jaqueline Stori – 09/07/2020

 

A arte existe de muitas maneiras: conceitos, contextos, texturas, formas, estéticas, linguagens etc. Se abstrata, pode despertar emoções pelo uso de formas, manchas, composições, cores e tonalidades. Se realista, pode levar a contemplar a beleza corporal ou cenográfica e também fazer denúncias. O fato é que todas as vertentes artísticas passeiam por entre os diversos caminhos imagéticos da criação humana, mesmo quando a arte oferece realismo, onde, até neste, a fantasia não pode ser perdida, mas ao mesmo tempo tem que manter uma lógica própria imaginada. O bom disso tudo é a liberdade de criação e experimentação vivida pelos artistas, dentro de seus universos de escolhas individuais. Tal liberdade no entanto, parece ser para muitos, mais fácil no abstrato do que no figurativo. De certa forma esse raciocínio é enganoso, pois a capacidade de desconstrução no abstrato costuma ser maior na proporção em que vamos conhecendo melhor o fazer realista.

O abstrato permite sim, fugir de certas regras estéticas e linguagens plásticas. Porém, não permite formas sem sentido que não tenham nenhum sentido. E talvez seja este um dos maiores paradoxos e complexos desafios da arte abstrata: dar um sentido ao que não tenha sentido aparente. Sobreposições de tonalidades na esfera monocromática e diálogo entre cores quando se mergulha no policromático. Tudo isso possibilita infinitos desenvolvimentos de linhas de pesquisas visuais, linguagens diversas e um sem números de técnicas acompanhadas do fator preponderante que é a imaginação.

Obra All My Colours 2, de Adelmo Avancini.

E no que diz respeito as cores, a arte abstrata e a arte digital, trazemos para vocês, um dos maiores artistas visuais da arte digital do Brasil, que faz das cores um mundo infinito de possibilidades! Estamos falando do artista visual Adelmo Avancini, nascido na cidade de Pinheiros no Espírito Santo, residindo atualmente na cidade de Campinas em São Paulo e formado em Engenharia Elétrica.

Adelmo Avancini convive com as artes plásticas desde sua infância quando pedia para seu pai comprar cadernos para que pudesse desenhar neles. Enchia estes cadernos com seus desenhos e principalmente com desenhos de rostos humanos. Sempre desenhando ainda que de forma aleatória, o artista nunca se desligou do mundo das artes, mesmo trilhando um caminho profissional não condizente com as artes visuais. Todavia, sua escolha profissional proporcionou-lhe não só contato, mas também intimidade com diversos recursos tecnológicos como bons computadores, aplicativos e outras ferramentas providas de tecnologia. Esta familiaridade com a tecnologia e sua essência artística o levou a criação e ao desenvolvimento de obras de arte digitais. Começou a mostrar sua arte através de seu Instagram, e viu a boa receptividade do público e também de pessoas relacionadas ao meio artístico. A partir daí, resolveu passar a investir mais seu tempo e recurso na arte digital.

Adelmo Avancini com a obra Cracks

O artista faz uso de uma paleta de cores bem variadas. Pelo colorido de suas obras, podemos inclusive afirmar que não poupa nenhuma cor sendo esta o elemento principal de sua arte. Não é a toa que suas obras apresentam uma estética visual impctante, explosiva em cores maravilhosamente harmonizadas que dialogam entre si em perfeita sincronia, que despertam emoções pelo uso das formas, manchas, composições e tonalidades. Adelmo Avancini afirma ter um relacionamento muito intenso com as cores e que por isso tenha escolhido como tema, a frase “All My Collours Turn To Clouds” (Todas As Minhas Cores Se Transformam Em Nuvens), de uma das músicas da Banda pós-punk inglesa Echo & The Bunnymen: eu considero que as cores são os elementos fundamentais, partindo delas para criar as formas, e não o contrário. Por isso, costumo escolher antes as cores, testando as melhores combinações até modelá-las. Desde criança, ao fechar os olhos, enxergo sempre um universo de cores se movendo e gerando formas! Talvez daí, venha essa minha maneira de trabalhar, contou o artista.

Além das cores e de estas serem o elemento principal da arte de Adelmo Avancini, um outro elemento não principal, porém, marcante e presente em muitas de suas obras, é a figura feminina. O artista destaca em maioria os rostos femininos, acentuando olhos e bocas. Em algumas outras, também, a presença do corpo inteiro sobressaltando a sensualidade e a essência feminina. Em algumas obras a presença figurativa da mulher é bem perceptível e em outras ela está presente com inteligente sutileza, onde temos que descobri-la por traz de leves nuances.  Sobre esta questão Adelmo Avancini falou que algumas obras são criadas especificamente à pedidos de clientes, que querem uma arte exclusiva para elas, mas que o objetivo central é conceitual: vejo na forma feminina um ideal de beleza, mistério e sensualidade, que intenciono por vezes transmitir. Mesmo quando a forma não está explícita, mas apenas sugerida, percebo que o elemento feminino transmuta a obra. Tenho um interesse na simbologia alquímica, e ali vemos que a mulher identificada com a noite e seus mistérios, que é a revelação dos aspectos mais profundos da consciência, escondidos durante o dia, explicou ele.

Obra Agna, de Adelmo Avancini.

Sua maestria em realizar obras de arte com múltiplas cores, luzes, sombras, brilho e nitidez, cuja junção desses elementos quando finalizados, acabam transbordando em dinamismo, beleza, suavidade, ebriedade, sobriedade, exuberância, força e extravagância, é oriundo não só do seu natural talento, mas também de diversas fontes artísticas que ele consome. Adelmo Avancini fez questão de frisar que bebe das influências de todo o universo dos quadrinhos, do cinema e do rock’n’roll (principalmente o punk e o pós-punk). Além do fantástico mundo do audiovisual e do rock, as paisagens chinesas da época da Dinastia Sing; a pintura em nanquim japonesa em especial as do artista visual Katsushica HoKusai; o Pós-Impressionismo, principalmente os artistas visuais Kandinsky, Gustavo Klimt, Amadeu Modigliani e Jackson Pollock; o gênero Pop Art e os artistas Andy Warhol, Tom Welssemalman, James Rosenquist, Roy Lichtenstein, Laurence Gartel e Mark Wilson, o gênero Grafite e a tatuagem, também enriquecem sua criatividade e talento.

Todas estas riquíssimas fontes de arte concederam à Adelmo Avancini, a liberdade e a propriedade da criação do abstrato, fundamentado na desconstrução de imagens concretas como cenas de filmes, modelos femininos, paisagens e tudo mais que sua alma artística punk psicodélica (…rsrs…), lhe permite. Não é por acaso que suas extraordinárias e impactantes obras viajaram por vários cantos: Sua explosão de cores já esteve presente em diversas Exposições Coletivas em São Paulo e no Rio de Janeiro. No mercado internacional, suas obras já foram expostas na Feira do Carroussel do Louvre (Paris, França), na Exposição “Formas Cores”, da Porto ArtGallery, no Porto (Portugal), na Feira de ArteArte Expo New York” (Nova York, EUA), na Exposição “4 Estações”, na Galiarte Espaço Artístico (Lisboa, Portugal), na Exposição Coletiva de Pintores Brasileiros (Castelo de Vide, Portugal) e em 2019 teve sua arte publicada na revista italiana “100 Artisti Emergenti Su CuiInvestire, atestando a força e a magnitude da arte digital no cenário artístico e mercadológico das artes visuais no Brasil e no mundo.

Obra Kingdoms, de Adelmo Avancini.

Quando perguntado sobre qual significado tem a arte digital e o que ela é, Adelmo Avancini foi categórico: Em primeiro lugar, arte digital é simplesmente arte – no meu caso, arte visual. O meio digital é a técnica, a tecnologia, mas o que de fato importa é o resultado: as formas, as cores, o significado, a beleza. A diferença para as técnicas tradicionais é que se abrem possibilidades de expressão que dificilmente me seriam possíveis da maneira convencional.

De fato, o artista não poderia definir melhor o que é arte digital e seu significado. Resumidamente e incontestavelmente, arte digital é arte, e como tal, ela é livre para usar a ferramenta tecnológica, a matéria-prima e o material que quiser, para chegar em seu resultado final que na realidade é: O que designa a arte é a própria arte!

Viva Cultura!: Adelmo, muito obrigada pela entrevista e pela oportunidade em podermos divulgar sua arte e seu trabalho!

Adelmo Avancini: Obrigada a Viva Cultura Revista Digital, por divulgar e fomentar a arte visual brasileira.

SERVIÇOS: para saber mais sobre a arte de Adelmo Avancini:

www.adelmoavancini.com

www.instagram.com/adelmoavancini

NOTA: imagens cedidas pelo artista Adelmo Avancini.

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